Por que os evolucionistas não podem ser neutros

sábado, novembro 04, 2006

Por que os evolucionistas não podem ser neutros

Cornelius Hunter

René Descartes odiava a dúvida e queria saber que ele sabia com certeza. Descartes queria descobrir um método para provar as verdades universais, e ele tinha exatamente a coisa necessária: a geometria. Séculos antes os antigos geometras tinham construído provas elegantes baseadas em alguns axiomas fundamentais. Eles tinham descoberto um método—o raciocínio lógico baseado em algumas premissas sólidas como rochas— que produziram novas verdades.

Para Descartes, um dos grandes pensadores racionalistas dos tempos modernos, o método era crucial. A geometria euclidiana era a forma que Descartes usaria. Comece com alguns axiomas simples que todos pudessem concordar como sendo verdadeiros, e depois era só raciocinar o seu caminho para novas verdades. Após Descartes, os cartesianos continuaram a refinar e aplicar o racionalismo em filosofia e ciência.
Abordagens racionalistas dependem de seus axiomas. Axiomas ruins levam a conclusões ruins, por isso os racionalists precisam to caveat as suas conclusões. Em vez de afirmarem que uma conclusão é verdadeira, eles precisam deixar bem claro que a conclusão é verdadeira se o axioma em que se apóia for verdadeiro.

Na prática, contudo, as coisas não são tão simples. Assim que o racionalismo começa a rolar, ele assume uma vida própria. Os axiomas são aceitos como verdade e assumidos como sendo universais; as conclusões são aceitos como novas verdades, o método é crucial, e quem quer que discorde deve ser ingênuo ou muito mau.

Como um filósofo de ciência disse, "A distinção entre ciência e não-ciência é nítida para o racionalista. Somente aquelas teorias que são tais que elas podem ser claramente avaliadas em termos do critério universal e que sobrevivem ao teste é que são científicas". Além disso, "o racionlaista típico irá considerar como auto-evidente que um alto valor seja colocado no conhecimento desenvolvido de acordo com o critério universal. Isso será assim especialmente se o processo for entendido como conduzindo à verdade. A verdade, a racionalidade, e por isso a ciência, são vistas como intrinsicamente boas". [1]

Soa familiar? Quem quer que tenha debatido os evolucionistas irá reconhecer essas características. Tem sempre tido influências racionalistas na ciência, e hoje a evolução as tem trazido de uma forma apaixonada. É uma abordagem racionalista e os seus axiomas são religiosos. O livro de Darwin está cheio de afirmações de como que Deus poderia ter criado as espécies, e isso levou à conclusão de que Deus nunca teria criado o mundo biológico que nós observamos. Como disse Stephen Jay Gould, os arrranjos bizarros e as soluções engraçadas são provas da evolução – caminhos que um Deus sensível nunca teria trilhado. Darwin e os evolucionistas dos últimos dias supões que a visão deles de Deus é universal – um axioma que pode ser aceito como verdade.

Hoje Ken Miller pergunta retoricamente, um designer iria "realmente ganhar o crédito pelo mosquito?" [2]. Miller e os evolucionistas de hoje expõem como que a evolução deve ser verdade porque o design deve ser falso. Este mundo mau não encaixa nas visões religiosas deles sobre Deus. Como Hume observou há muito tempo atrás, o mal vence o design.

Verdade suficiente para os evolucionistas. Porque se alguém defender tais visões religiosas, então esse alguém não tem escolha – a evolução, de uma forma ou de outra, deve ser verdade. Não importa quão improvável a evolução seja ou quantas estórias da carochinha são contadas.

Assim, quando nós estivermos lendo os evolucionistas, nós devemos depreender o que estamos lendo. A literatura evolucionista é um gênero. As premissas e as idéias são semelhantes, não importa se vindo do século dezessete ou de hoje. Há temas metafísicos facilmente identificáveis permeando toda a literatura. Da perspectiva científica, a evolução não é uma boa teoria. Nós não temos boas razões para pensarmos que as águias americanas, as baleias azuis e, isso mesmo, os mosquitos surgiram através de mutações e o resto. Nós nem temos boa razão para pensarmos que um simples micróbio poderia ter surgido. Não é como se os cientistas olhassem a essas máquinas complexas e concluíssem, "Bah, isso parece com algo que teria surgido de um pequeno lago quente".
Mas tal evidência não significa nada para os racionalistas. Usar a ciência empírica para contesta a evolução é como usar bola de tênis para combater tanques [de guerra]. Um evolucionista poderia descobrir um código que transmita designs biológicos e isso não faria importância nenhuma. Os evolucionistas têm seus axiomas religiosos e as suas conclusões devem ser verdadeiras. A evidência científica deve se encaixar nos seus axiomas, e não ao contrário.

É por isso que os evolucionistas não são bons em fazer avaliações teóricas neutras da evidência empírica. Para os evolucionistas, a evolução não é algo que possa ser errado. Ela deve ser verdadeira.

NOTAS:
[1] A. F. Chalmers, What is this thing called science? 2d ed., (Indianapolis, IN.: Hackett Publishing Company, 1982) 102.

[2] Kenneth R. Miller, Finding Darwin’s God (New York: Cliff Street Books, 1999) 102.

Postado por Cornelius Hunter em 26 de junho de 2006 11:58 PM