Garry Jacobs ‘falou e disse’: a Nomenklatura científica é uma religião fundamentalista e supersticiosa!

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Garry Jacobs do International Center for Peace and Development [Centro Internacional para a Paz e o Desenvolvimento] disse:

“O desenvolvimento meteórico da ciência em atingir uma posição preeminente neste século tem dado origem a atitudes características da autoridade religiosa contra a ual ela [a ciência] desenvolveu em reação — a reverência por verdades estabelecidas, um julgamento do novo pensamento baseado na posição ou prestígio de seu autor em vez da racionalidade de sua concepção, e uma rejeição veemente, algumas vezes supersticiosa, de novas perspectivas que desafiam o sistema de crença fundamental no qual a ciência moderna foi fundada.

"Enquanto a Igreja insistia na supremacia das explicações religiosas do mundo material baseada na Escritura em detrimento do conhecimento direto dos sentidos físicos, a ciência [hoje] insiste na supremacia dos dados dos sentidos e explicações físicas em detrimento do conhecimento derivado da experiência humana.” [1]

Aqui neste blog eu chamo os revisores carinhosamente de ‘peer-reviewers é mais chique’, mas de vez em quando os chamo de verdadeiros ‘guarda-cancelas’ blindando a posição consensual de quaisquer críticas, e impedindo que os de posições divergentes e novas idéias sejam publicados nas revistas e jornais científicos pagos com o nosso suado dinheiro público. Não se esqueçam, vocês não são ‘deuses’, são nossos Barnabés, e conforme Feyerabend, devem uma satisfação à sociedade que lhes paga salários, pesquisas... [2]

E ainda têm a cara de pau de escreverem e dizerem que são racionais e objetivos, que a ciência não é dogmática, que busca sempre a verdade, e otras cositas mais. Nada mais falso, pois no dia-a-dia em salas de aula, laboratórios, institutos de pesquisas, e nas revistas científicas em nada diferem do fundamentalismo religioso dogmático.

Aqui eu vou provocar ao Prof. Dr. Maurício Vieira, da UFF, autor do artigo "De Darwin, de caixas pretas e do surpreendente retorno do criacionismo", publicado na História, Ciências, Saúde — Manguinhos, vol. VIII (3):739-56, set-dez 2001. Vieira, que tal abordar esta inusitada e deplorável questão sociológica da Nomenklatura científica tupiniquim — uma postura fundamentalista e supersticiosa? Mas, desta vez, não se esqueça, fundamente muito bem o seu artigo com uma bibliografia realmente lida pelos ‘peer-reviewers’, e não distorça as teses dos outros cientistas... Estamos de olho! Argh, isso é como cometer um assassinato epistêmico, oops de corps d’esprit!

Existem muitas perguntas que são proibidas de serem feitas na Academia. Eu sei muito bem do que estou falando... Professores e pesquisadores, vocês não têm nada a perder, a não ser as algemas ideológicas. Ih, acho que eu tive uma recaída marxista. Minto, vocês têm sim, muito, mas muito a perder, se sublevarem contra a Nomenklatura científica tupiniquim — carreira acadêmica destruída, não promoção de cargos, não publicação de artigos, e uma inquisição sem fogueiras. Não se esqueçam de Huxley — o buldogue de Darwin. Hoje, os Huxleys da vida nas universidades públicas e privadas de Pindorama são ferozes rotweillers...

[1] “The meteoric development of science to attain a pre-eminent position in this century has given rise to attitudes characteristic of the religious authority against which it developed in reaction -- a reverence for established truths, a judgment of new thought based on the position or prestige of its author rather than the rationality of its conception, and a vehement, sometimes superstitious, rejection of new perspectives that challenge the fundamental belief system on which modern science has been founded.

"Whereas the church insisted on the supremacy of religious explanations for the material world based on scripture over the direct knowledge of the physical senses, science insists on the supremacy of sense data and physical explanations for life and mind over the direct knowledge derived from human experience.”

www.icpd.org/science/new_foundations.html

[2] Vide a questão de ‘peer-review’ no artigo “Refereed Journals: Do They Insure Quality or Enforce Orthodoxy?” [Jornais científicos com revisão por pares: eles garantem a qualidade ou impõem a ortodoxia?], de Frank J. Tipler.