Rubem Alves “falou e disse”: o cientista virou um mito!

sábado, março 31, 2007

Na capa posterior da 4ª. edição do seu livro “Filosofia da Ciência”, São Paulo, Brasiliense, 1983, Rubem Alves “falou e disse”:

“O cientista virou um mito. E todo o mito é perigoso, porque ele induz o comportamento e inibe o pensamento. Existe uma classe especializada em pensar de maneira correta (os cientistas), os outros indivíduos são liberados da obrigação de pensar e podem simplesmente fazer o que os cientistas mandam. Antes de mais nada é necessário acabar com o mito de que o cientista é uma pessoa que pensa melhor do que as outras.”

Rubem Alves, um iconoclasta como este blogger? E contra uma posição arrogante da Nomenklatura científica já na década de 1980? Numa correspondência naquela época, perguntei sobre determinado assunto, e ele educada e polidamente, bem zen, me respondeu, se não me falha a memória: “Enézio, eu se fosse você não me importaria muito com o meu pensamento. Eu mesmo não dou tanta importância assim. O que pensei há cinco minutos atrás, eu não defendo mais.” Espero que hoje, 2007, ele não tenha renegado as idéias expostas neste livro importante sobre a filosofia da ciência.

Alves, mesmo assim, valeu a pena tê-lo conhecido pessoalmente numa conferência em Austin, Texas nos anos 1980s. Aprendi com você que o “discurso dos oprimidos”, dos “hereges” deve ser mais bem considerado. A heresia é uma escolha de um fragmento da verdade ainda não ecumenicamente acolhida.+++++

Nota deste blogger:

Nada pessoalmente contra os cientistas. Tenho vários amigos cientistas no Brasil e no exterior. Eu mesmo, se me permitirem, quero ser encontrado entre eles. O que vou transcrever aqui reflete tão-somente a minha inquietação com certa “ortodoxia corporativa”, corps d’esprit impedindo o avanço da ciência e até a promoção de brilhantes carreiras acadêmicas. Dogmatismo epistêmico. Inquisição sem fogueiras. Sei do que estou falando.

Feyerabend, porém, foi muito mais cruel do que eu ao criticar o critério de revolução científica de Kuhn. Ele afirmou que “... todas as asserções de Kuhn a propósito da ciência normal permanecem verdadeiras desde que se substitua a ciência normal por crime organizado.” [1]

[1] Giulio Giorello, “Revoluções Científicas”, in Dicionário de Filosofia. Trad. coordenada por Alfredo Bosi. Nicola Abbagnano, editor, 5ª. ed. rev. e ampliada, São Paulo, Martins Fontes, 2007, p. 1015.

Whiteside “falou e disse”: a revisão por pares é conservadora ou ludita!

George M. Whiteside recebeu recentemente o prêmio Priestley de Química. O discurso dele recebendo o prêmio é muito interessante. Eu já bloguei sobre duas coisas tiradas de lá, mas eu me esqueci desta parte sobre os guarda-cancelas, oops peer-reviewers é mais chique. Até parece que o Whiteside anda lendo o meu blog.

Vejam o que ele disse do pódio sobre o atual sistema de revisão por pares: “O sistema de revisão por pares, especialmente num tempo de sequidão financeira, está entre conservador e ludita. Ele elimina todas as más idéias, a maioria das novas idéias boas, e todas das realmente incomuns. Há, é claro, uma alternativa para esta “intolerância” por idéias novas, para usar o termo de Kuhn: Se a química quiser dar as boas-vindas para as novas idéias, o sistema de revisão por pares pode expressar esse desejo.” Peer-review igual a “intolerância”.

Uau!!! Dizem as más línguas que o meu estilo é irônico, ferino, mordaz, e etc.

Eu fico impressionado que a cada dia que passa este “simples professorzinho do ensino médio” [será???] e otras cositas mais, está sendo vindicado por eminentes cientistas como George M. Whiteside. Como vocês percebem, eu não tenho nem um pouco de falsa modéstia. O que venho dizendo há tempo sobre o atual sistema de revisão por pares, chamando-o de “guarda-cancela” epistemológico é justamente por causa desta prática absurda dos revisores não acolherem idéias novas, especialmente as que vão de encontro à ciência convencional, oops “mainstream” é mais chique.

Quando todos estão pensando a mesma coisa, então não estamos pensando em nada [Feyerabend ou Feynman que disse isso?].

Abaixo a “intolerância” da KGB da Nomenklatura científica! Cientistas, professores e alunos de todo o mundo, uni-vos. Nada tendes a perder, a não ser as algemas epistemológicas de um paradigma moribundo! Paradigma morto, paradigma posto. Que venha o novo paradigma!

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Leia o brilhante discurso de Whiteside aqui [em inglês].

EXTRA! EXTRA! Duas versões estimadas da Nomenklatura científica foram para a lata do lixo da História da Ciência

sexta-feira, março 30, 2007

Eu sou um iconoclasta incorrigível mesmo. Na universidade eu sempre busco o contraditório para poder conhecer a verdade. É lá nas “sombras” que eu ando e vejo a “luz” da “veritas”. Embora eu entenda das regras da sociologia da ciência, onde determinado comportamento é esperado do corpo discente e docente, eu não sou “soldadinho-de-chumbo”, e aqui sigo mais a Feyerabend do que Popper ou Kuhn:

Embora eu seja um anarquista epistemológico, entendo que há necessidade de contextos de elaboração e corroboração das teorias científicas. É neste mapa que nós “viajamos” nos saberes científicos. É como uma “receita de bolo” (obrigado, Rubem Alves ─ Filosofia da Ciência, São Paulo, Brasiliense).

Eu tinha selecionado dois exemplos interessantes de “verdade” científica que, súbita e repentinamente (depois de anos de consideração) foram jogadas na lata do lixo da História da Ciência, para o desconforto de muitos dos que praticam ciência normal sob o neodarwinismo. Eu não tirei isso lá no meio da literatura do pessoal perverso do Design Inteligente, mas do respeitado journal científico Nature! Que semana de turbulência para Darwin e discípulos.

Eu ia publicar no dia 1º de Abril, mas o Krauze, do Telicthoughts, me antecipou. Por isso vou tão-somente traduzir e postar aqui suas duas postagens sobre essas “versões” que perdem o seu caráter de “verdade científica”. Notifico desde já aos meus detratores, que tenho acesso à Nature na universidade onde faço pós-graduação, e que li as duas pesquisas. Um privilégio para poucos de quem muito é esperado em termos de produção de conhecimento.

A primeira é que a extinção dos dinossauros não abriu caminho para o surgimento da espécie humana.

por Krauze

Era uma vez, o mundo que era governado pelos dinossauros, com os mamíferos sendo confinados às fendas e gretas. Mas um impacto fortuito de um asteróide fez com que os dinossauros fossem extintos, abrindo o caminho para o avanço dos mamíferos e, finalmente, nós. Isso, mais alguns bon mots filosóficos sobre a aleatoriedade da evolução, tem sido a estória tradicional da evolução mamífera. Mas esta visão tem sido desafiada nos últimos dois anos, e agora, um novo estudo se junto ao coro.

Numa pesquisa publicada no journal científico Nature, um grupo de pesquisadores
construiu uma árvore genealógica de aproximadamente todos os mamíferos vivos, que mostraram que a extinção dos dinossauros não teve nenhum efeito sobre a diversidade dos mamíferos: Os principais grupos de dinossauros surgiram milhões de anos antes de os dinossauros se tornarem extintos, e eles não se tornaram dominantes até milhões de anos após o desaparecimento deles. Do comunicado da Nature à imprensa.

A extinção violenta dos dinossauros no final do período Cretáceo alguns 65 milhões de anos abriu espaço e recursos para outras espécies. Mas não abriu especificamente um caminho para a diversidade dos animais que iriam evoluir nos mamíferos de hoje, inclusive os humanos, disse o biólogo evolucionista Olaf Bininda-Emonds da Universidade Técnica de Munique, Alemanha: “Depois que os dinossauros se extinguiram, eles ainda não diversificaram.”

É possível que se aquele asteróide não tivesse atingido a Terra, os mamíferos ainda assim teriam se diversificado, dando origem aos morcegos, vacas, e primatas inteligentes. Se foi assim, então parece que a evolução não é assim tão aleatória.

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O segundo blog de Krauze, e aqui eu fico com uma ponta de inveja dele, é sobre o nosso grande luminar e timoneiro em biologia: Darwin, aquele que nos iluminou definitivamente a todos nesta grande questão ulterior de nossa origem e evolução.

A citação desta sexta-feira é sobre a razão de Darwin ter demorado em publicar o Origem das Espécies. A estória que nos contaram desde o ensino médio, é que Darwin para não chocar os religiosos, especialmente a sua amada esposa Emma, protelou a publicação de seu magnum opus. Há outra versão controversa e polêmica: Darwin teria protelado tanto assim por temer ser apanhado plagiando a idéia de seleção natural de Edward Blyth.

Bem, vamos ver o que Krauze tem a nos dizer:
por Krauze

Esta é uma péssima semana para opiniões estabelecidas. A primeira foi a opinião estabelecida sobre a extinção dos dinossauros que levou um chega pra lá, e agora a velha estória de que Darwin esperou publicar o seu livro Origem das Espécies por causa de preocupações sobre reações religiosas está recebendo algum escrutínio. Do journal científico Nature (requer assinatura ou via Periódicos no site http://www.capes.gov.br se você for aluno ou professor nas universidades públicas e privadas, e nos centros e institutos de pesquisas):

Darwin demorou na publicação de sua teoria da evolução pela seleção natural porque ele temia um clamor do establishment? Esta tem sido a crença popular, e tem sido alimentada pelo fato de que, embora Darwin tenha começado a formular sua teoria em 1837, ele não publicou o Origem das Espécies até 1859.

Agora John van Wyhe, um historiador da ciência na Universidade de Cambridge, Grã-Bretanha, disse que após uma esmerada busca pelas cartas, anotações e livros escritos por, para ou sobre Darwin, ele pode excluir essa idéia de uma vez por todas. … Para levar adiante esta sua pesquisa, van Wyhe procurou pela palavra “protelar” nas fontes primárias e secundárias cobrindo o período no qual Darwin estava trabalhando no Origem das Espécies. Ele disse que Darwin e aqueles que o conheciam nunca se referiram sobre um protelar na publicação, ou deram qualquer explicação sobre a “lacuna” de 20 anos.

… O historiador ainda argumenta que em cartas para amigos, família, e colegas, Darwin comunicou continuamente a sua crença de que as espécies poderiam mudar, e que isto é inconsistente com a noção de que ele estava mantendo suas idéias heréticas em segredo durante este período. Ele até pagou copiadores em pelo menos duas ocasiões para produzirem os primeiros rascunhos de sua teoria das espécies. Ao documentar exatamente o que ele estava fazendo durante “os anos de lacuna”, van Wyhe elabora o caso de que Darwin simplesmente não sentou para escrever o Origem das Espécies até que ele tivesse completado outra obra à mão, inclusive uma pesquisa sobre cirrípedes de oito anos.

… Mas muitos estudiosos especializados em Darwin não estão convencidos. [O editor da Biblioteca Digital da Evolução de Darwin, David] Kohn e outros concordam sobre a maneira como que as pressões culturais e sociais influenciaram nas decisões de Darwin podem ter sido exageradas, particularmente na arena pública, com menos atenção sendo paga ao processo envolvido da descoberta científica. Mas o consenso na área provavelmente deve permanecer de que um grande número de fatores apoiando a protelação de Darwin.

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Pensar que estas duas versões são da ciência “mainstream”. Eu não quero estar na pele dos que desbancaram a teoria da extinção dos dinossauros abrindo caminho para o surgimento dos mamíferos e até dos Australopithecus e antropólogos, muito menos na pele do van Wyhe. Cara, os guarda-cancelas da KGB [oops, peer-reviewers é mais chique] e a Nomenklatura científica vão lhe comer o fígado.

Quem ousaria duvidar da estória de Darwin ter “protelado” escrever a revelação especial, inerrante e inspirada do Origem das Espécies, a não ser seus pruridos evangélicos respeitosos pela fé de Emma e um temor da reação do “fundamentalismo” [nem existia] religioso vitoriano?

Contem outra, que o degas aqui é “mais liso” do que o próprio Darwin...

Status epistêmico de dois conceitos científicos fundamentais em evolução

1. A célula e a natureza da vida. Os cientistas entendem que a célula é uma questão de química, e pasmem os biólogos, em princípio seriam os químicos os melhores qualificados para resolver esta questão. A célula tem sido considerada um saco — um saco contendo sacos menores e organizando com cuidado o spaghetti — cheio de reagentes químicos gelatinosos, e de algum modo que nós ainda não sabemos de replicar a si mesma. É importante saber as reações individuais que fazem a célula ser o que é, mas o maior problema é entender por que a vida — a célular — é dinamicamente estável como uma rede fortemente interconectada de reações, organizada no espaço e tempo de maneiras que nós não entendemos.

Atualmente nós não temos NENHUMA TEORIA que explique este tipo de sistema, entender a cinética dos sistemas das reações é o tipo de coisa que os químicos e os engenheiros químicos são — em princípio — imcomparavelmente qualificados para fazer.

2. A origem da vida. Este é um dos maiores problemas na ciência. Isso começa por colocar a vida, e nós no universo. A maioria dos químicos crê que a vida surgiu espontaneamente a partir de misturas de moléculas na Terra prebiótica. Como se deu isso? Como se dá isso? NINGUÉM SABE. Não temos a menor idéia, apesar de termos várias hipóteses sobre a questão. Talvez foi pelo surgimento espontâneo de ciclos autocatalíticos “simples” e depois pela sua combinação. Baseado no conhecimento atual de toda a química, isso parece ser extremamente improvável. Cientificamente implausível. A idéia de um mundo RNA é uma boa dica, mas está muito removido na sua complexidade das soluções diluídas de misturas de moléculas simples num vasto oceano quente, redutor sob uma alta pressão de CO2 que muitos cientistas não sabem como conectar os dois.

O que está faltando aqui, e os alunos de biologia do ensino médio precisam saber disso através dos livros didáticos do ensino médio, é de uma nova boa idéia. Origem da vida? Nós não sabemos NADA!

Sob os ombros de um gigante cientista evolucionista que acabou de ganhar uma medalha de reconhecimento científico. Ainda blogo sobre isso.

Fui, que as águas de março fecharam o verão, com a promessa de vida no meu coração (Valeu, mestre Tom Jobim).

Perguntas estimulando a curiosidade científica tupiniquim

1. A capacidade de ter reações metabólicas se desenvolveu antes que os genes evoluíssem?

2. Por que os biólogos têm tanto medo de fazer perguntas do tipo “por que” quando os físicos continuamente a fazem?

3. As moléculas biológicas são “bem ajustadas” de modo que é quase inevitável o desenvolvimento dos avançados sistemas nervoso e de consciência?

4. Experimentos utilizando um modelo evolutivo digital podem responder por que a inteligência evoluiu quando tem sido extremamente difícil construir a inteligência artificial?

5. Os marcadores arqueológicos da origem do comportamento humano primitivo, mas complexo, são transferíveis entre os ambientes amplos e diferentes do Pleistoceno?

6. Pode a ordenação geométrica das lâminas das células lançar luz nas questões sendo feitas atualmente sobre o design na natureza?

São estes tipos de perguntas que nós deveríamos estar fazendo em nossas universidades e centros de pesquisas, se é que queremos fazer ciência de ponta em biologia e antropologia. E seguir as evidências aonde elas forem dar...

A USP e o blog Desafiando a Nomenklatura Científica

quinta-feira, março 29, 2007

Os alunos e professores da USP dentre todas as universidades públicas e privadas do Brasil merecem os aplausos mais do que efusivos: de uma média mensal de 1% pulou para 5% de visitas neste blog no mês de março de 2007:



http://www.sitemeter.com/?a=stats&s=s18enezio&r=21

Com o pessoal da USP nos dando toda esta atenção, é sinal de que estamos dando a nossa contribuição para o avanço da ciência neste país, e acima de tudo vai ajudar a quebrar a arrogância dos guarda-cancelas epistemológicos [peer-reviewers é mais chique] que não permitem que novas idéias, polêmicas e controversas, sejam debatidas em nossos campi.

Fui, pensando seriamente em fazer um doutorado lá na USP.

IP 143.107.38.# (Universidade de Sao Paulo)

quarta-feira, março 28, 2007

O usuário deste computador na USP 143.107.38.# (Universidade de Sao Paulo) só pode ser meu fã de carteirnha. Todas as buscas dele no Google por mim são invariavelmente carinhosas: "anta do Enézio", "jeguézio", "anta do jeguézio".

Cara, ao buscar-me na internet por esses apodos, você me lembra alguém que foi chamado à razão por um desses animais irracionais. E ainda há gente que diz que estou dando uma de mártir e perseguido aqui. Quem está na chuva é para se queimar. Eu não espero nada melhor dessa raça ígnara. Esta é um das razões para não abrir comentários a esses mal-educados desde o berço. Aqui, eu sigo a Marcelo Leite da Folha de São Paulo: NÃO DAMOS ESPAÇO!

Fui, contente da vida, pois até esses animais fazem parte da complexidade e diversidade de vida que Darwin e discípulos não conseguiram ainda explicar cientificamente após quase 150 anos gastando dinheiro público correndo atrás do vento.

Os últimos dígitos é para preservar a identidade deste meu admirador uspiano!

Biologia dos Sistemas: a Ciência do século 21



http://www.systemsbiology.org/

Biologia dos Sistemas: A Ciência do Século 21
A biologia dos sistemas é o estudo de um organismo, visto como uma rede integrada e interagindo de genes, proteínas e reações bioquímicas que dão origem à vida. em vez de analisar componentes individuais ou aspectos do organismo, tal como o metabolismo do açúcar ou um núcleo de célula, os biólogos de sistemas focalizam em todos os componentes e as interações entre eles, tudo como parte de um sistema. Essas interações são em última instância responsáveis pela forma e funções de um organismo. Por exemplo, o sistema de imunição não é o resultado de um só mecanismo ou gene. RAntes, as interações de numerosos genes, proteínas, mecanismos e o ambiente externo do organism, produzem respostas de imunição para combater as infecções e as doenças.

A biologia de sistemas surgiu como o resultado do "catálogo" de genética fornecido pelo projeto do Genoma Humano, e um crescente entendimento de como os genes e as suas proteínas resultantes dão origem a forma e função biológica. O estudo de biologia de sistemas tem sido ajudado pela facilidade com que a Internet permite aos pesquisadores armazenarem e distribuírem grandes quantidades de informação, mais os avanços em novas tecnologias de pesquisas poderosas, e a infusão de cientistas de outras disciplinas, e.g. cientistas da computação, matemáticos, físicos, e engenheiros.A

A biologia tradicional — o tipo que a maioria de nós estudou no ensino médio e na faculdade, e que muitas gerações de cientistas antes de nós perseguiu — focalizou na identificação de genes individuais, proteínas e células, e estudando suas funções específicas. Mas esse tipo de biologia só pode dar insights relativamente limitados sobre o corpo humano.

Como uma analogia, se você quisesse estudar um automóvel, e focalizasse na identificação do motor, dos cintos de segurança, das luzes trazeiras, e estudasse suas funções específicas, você não teria nenhum entendimento verdadeiro de como o automóvel funciona. Mais importante, você não teria nenhum entendimento de como consertar o veículo quando algo não funcionasse direito. Assim também, uma abordagem tradicional em estudar a biologia e a saúde humana tem nos deixado com um entendimento limitado de como o corpo humano funciona, e como que nós podemos melhor predizer, prevenir, ou remediar problemas de saúde potenciais. Biológos, geneticistas, e médicos têm tido um sucesso limitado em curar doenças complexa tais como o câncer, a AIDS, e diabetes porque a biologia tradicional geralmente considera somente alguns aspectos de um organismo de cada vez.

À medida em que os cientistas desenvolveram as ferramentas e as tecnologias que lhes permitem se aprofundar nos fundamentos da atividade biológicas — genes e proteínas — eles aprenderam que esses componentes quase nunca funcionam sozinhos. Eles interagem uns com os outros e com outras moléculas em modos altamente estruturado mas incrivelmente complexos, semelhantes às complexas interações de incontáveis computadores na Internet. A biologia dos sistemas procura entender essas interações complexas, pois elas são as chaves para a compreensão da vida.

A função individual e a interação coletiva dos genes, proteínas e outros componentes num organismo são freqüentemente caracterizados juntos como uma rede de interação. Na verdade, entender esta interação do genoma de um organismo e as influências ambientais do exterior do organismo é crucial para o desenvolvimento — sistemas — e o entendimento de um organismo que irá finalmente transformar o nosso entendimento da saúde e doenças humanas.

A biologia de sistemas ainda está na sua infância; nós nos encontramos no ponto de virada em nosso entendimento do que o futuro tem para a biologia e medicina humana. O Institute for Systems Biology está sendo pioneiro nesta rica oportunidade.

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UAU [SIC ULTRA PLUS] depois que li isso, traduzi: DESIGN INTELIGENTE!

A aceleração cósmica não é assim uma Brastemp

Matt Visser é um dos pesquisadores mais interessante em gravitação e cosmologia na atualidade. No artigo “Cosmography: Extracting the Hubble series from the supernova data” [Cosmografia: extraindo as séries do Hubble de dados de supernova], [1] ele sequer leva em consideração as não homogeneidades, se observadas ou contempladas, que são (de acordo com alguns especialistas) outros fatos que minam as afirmações sobre a aceleração e a energia escura.

Alô, Marcelo Gleiser, que tal comentar esta importante questão científica numa próxima coluna na Folha de São Paulo?

[1] CATTOEN, Celine (Victoria University of Wellington), e VISSER, Matt (Victoria University of Wellington). Cosmography: Extracting the Hubble series from the supernova data.

We perform a number of inter-related cosmographic fits to the legacy05 and gold06 supernova datasets. We pay particular attention to the influence of both statistical and systematic uncertainties, and also to the extent to which the choice of distance scale and manner of representing the redshift scale affect the cosmological parameters. While the "preponderance of evidence" certainly suggests an accelerating universe, we would argue that (based on the supernova data) this conclusion is not currently supported "beyond reasonable doubt". As part of the analysis we develop two particularly transparent graphical representations of the redshift-distance relation -- representations in which acceleration versus deceleration reduces to the question of whether the graph slopes up or down.

Turning to the details of the cosmographic fits, three issues in particular concern us: First, the fitted value for the deceleration parameter changes significantly depending on whether one performs a chi^2 fit to the luminosity distance, proper motion distance, angular diameter distance, or other suitable distance surrogate. Second, the fitted value for the deceleration parameter changes significantly depending on whether one uses the traditional redshift variable z, or what we shall argue is on theoretical grounds an improved parameterization y=z/(1+z). Third, the published estimates for systematic uncertainties are sufficiently large that they certainly impact on, and to a large extent undermine, the usual purely statistical tests of significance. We conclude that the case for an accelerating universe is considerably less watertight than commonly believed.

http://arxiv.org/PS_cache/gr-qc/pdf/0703/0703122.pdf

EXTRA! EXTRA! Homo rudolfensis está muito mais para Macaco Simão do que Brad Pitt

terça-feira, março 27, 2007

Ancestrais diretos mais antigos do homem eram mais parecidos com macacos do que crido anteriormente

Os primeiros humanos retiveram características surpreendentemente parecidas com macacos, revela pesquisa da Universidade de Nova York

O ancestral antigo mais próximo do homem moderno era significativamente mais parecido com macaco do que crido anteriormente, descobriu um professor da Faculdade de Odontologia da Universidade de Nova York.



Pôster da Conferência IADR 2007, Dr. Timothy G. Bromage, Faculdade de Odontologia da Universidade de Nova York, NY 10010, USA.

http://www.eurekalert.org/multimedia/pub/3572.php?from=92611

Uma reconstrução feita por computador pelo Dr. Timothy Bromage, paleoantropólogo e professor adjunto de Biomatérias e de Ciência Básica e Biologia Crânio-facial, mostra um crânio de 1.9 milhões de idade pertencente à espécie Homo rudolfensis, o membro mais antigo do gênero humano, com um crânio surpreendentemente pequeno e uma mandíbula distintamente protuberante, características comumente associadas com membros mais parecidos com macacos da família hominídea que viveram há uns três milhões de anos atrás.

As descobertas do Dr. Bromage questionam a extensão na qual H. rudolfensis diferenciava das espécies hominídeas mais antigas e mais parecidas com macacos. Especificamente, ele é o primeiro cientista a produzir uma reconstrução do crânio que questiona a representação do ancestral direto mais antigo do homem moderno do renomado paleontólogo e arqueólogo Richard Leakey como tendo uma característica facial vertical e um cérebro relativamente grande ― uma interpretação amplamente aceita até agora.



Crânio de humano primitivo de 1.9 milhões de anos

Legenda: À esquerda a reconstrução do Dr. Richard Leakey mostra uma característica facial vertical num crânio de um humano primitivo de 1.9 milhões de anos. À direita, a reconstrução simulada por computador do Dr. Timothy Bromage mostra o mesmo crânio com uma mandíbula distintamente protuberante. O Dr. Bromage usou as linhas verdes e vermelhas para comparar a localidade dos olhos, ouvidos, e boca que devem estar em relação exata um com o outro em todos os mamíferos.

A reconstrução do Dr. Bromage também sugere que os humanos desenvolveram um cérebro muito maior e uma face mais vertical com uma mandíbula menos saliente e dentes muito menores pelo menos 300.000 anos mais tarde do que comumente crido, talvez tão recentemente há uns 1.6 milhões a um milhão de anos atrás, quando duas espécies posteriores, H. ergaster e H. erectus viveram. O Dr. Bromage apresentou suas descobertas hoje na sessão científica anual da IADR ― Associação Internacional de Pesquisa Dental em New Orleans.

O crânio fragmentado que o Dr. Bromage reconstruiu foi descoberto originalmente no Quênia em 1972 pelo Dr. Leakey, que o reconstituiu manualmente e o datou em aproximadamente três milhões de anos, um cálculo revisto para 1.9 milhões de anos por cientistas que descobriram mais tarde problemas com a datação.

“O Dr. Leakey produziu uma reconstrução enviesada baseada nas expectativas errôneas preconcebidas da aparência humana antiga que violavam os princípios do desenvolvimento crânio-facial,” disse o Dr. Bromage, cuja reconstrução, em contraste, mostra uma mandíbula nitidamente protuberante e um cérebro menor do que a metade do tamanho de um cérebro de humano moderno. Essas características tornam o crânio do humano primitivo de 1.9 milhões de anos de idade mais parecido com aqueles dois hominídeos arcaicos parecidos com macacos, o Australopithecus e o primitivo Paranthropus, que viveram bem antes em pelo menos três milhões e 2.5 milhões de anos atrás respectivamente.

Dr. Bromage desenvolveu a sua reconstrução de acordo com princípios biológicos que sustentam que os olhos, os ouvidos, e a boca devem estar em relação exata uns com os outros em todos os mamíferos.

“Porque ele não empregou tais princípios, o Dr. Leakey produziu uma reconstrução que não poderia ter existido na vida real,” concluiu o Dr. Bromage. +++++

Contato: Christopher James
christopher.james@nyu.edu
212-998-6876
New York University

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Para pensar cum granum salis, com objetividade científica e isenção:

Geralmente as reconstruções dos antigos hominídeos são apresentadas tipicamente sem ou quase nenhuma explicação dos princípios nos quais os diversos ossos são reorganizados. NOTA BENE, o Dr. Timothy Bromage é um paleoantropólogo que trabalha no princípio biológico de que “os olhos, ouvidos, e a boca devem estar em relação exata uns com os outros em todos os mamíferos”. Aplicando isso ao Homo rudolfensis desafiou o trabalho previamente aceito. “O Dr. Leakey produziu uma reconstrução enviesada baseada nas expectativas errôneas preconcebidas da aparência humana antiga que violavam os princípios do desenvolvimento crânio-facial,” disse o Dr. Bromage cuja reconstrução, em contraste, mostra uma mandíbula nitidamente protuberante e um cérebro menor do que a metade do tamanho de um cérebro de humano moderno.

Os primeiros crânios tipo humanos surgiram com o Homo ergaster e Homo erectus. É justamente ali onde muitos cientistas colocam a linha hominídeo/homo, e o que esta pesquisa reforça é o ponto de vista que o modelo gradualista da evolução humana é artificial. E ainda dizem que o fato, Fato, FATO da evolução humana é um fato científico solidamente comprovado com uma montanha de evidências idênticas às que estabeleceram que a Terra é redonda, que a lei da gravidade é universal, e que a biologia evolutiva é uma ciência à par com a física em sua substanciação epistêmica. Nada mais falso.

A Grande Mídia tupiniquim precisa questionar ceticamente os cientistas sobre suas descobertas.

Fui, pois Homo rudolfensis está mais para Macaco Simão do que Brad Pitt!

Seleção natural: verdadeiro mecanismo evolutivo eficiente ou um tonitruante mas vazio oxímoro darwinista?

A atual teoria geral da evolução, o neodarwinismo, dizem ser a atualização das hipóteses de Darwin e das descobertas das leis de Mendel: mutações filtradas aleatoriamente pela seleção natural [e outros mecanismo evolutivos de A a Z] ao longo do tempo.

Interessante que na última V Sao Paulo Research Conference realizada de 18 a 20 de maio de 2006, no auditório da Faculdade de Medicina da USP, na qual participei com o pôster impertinente “Uma iminente mudança paradigmática em Biologia evolutiva?”, pelo menos três conferencistas afirmaram do pódio ― “Para nossa surpresa, a seleção natural não funciona aqui”.

Uau, a seleção natural não funciona em certos casos esperados. É por essas e outras que Darwin 3.0 já deveria ter sido lançado. Você já viu alguma versão Beta circulando por aí?

“Oxi o quê? Xi, oxímoro é palavrão? É de comer? É nova marca de sabão em pó? O que é oxímoro?” Bem, gente, oxímoro não é palavrão, não é de comer, e nem é nova marca de sabão em pó, muito menos um neologismo criado por este escriba insignificante com a intenção de aparecer no pedaço. Oxímoro é uma figura de linguagem que consiste na reunião de palavras contraditórias ou paradoxais. Ex.: silêncio eloqüente, a honestidade do político brasileiro, a virgem prostituta.

“E o que oxímoro tem a ver com a seleção natural?” Explico. Antes de ser “queimado em praça pública, e tem muita gente disposta a fazer isso com você” [foi esta a afirmação literal que ouvi numa conversa informal sobre “a controvérsia Darwin v. Design” de uma colega da pós-graduação na universidade], eu sei que a seleção natural é encontrada agindo diuturnamente na natureza, mas, e aqui eu divirjo completamente da comunidade acadêmica “mainstream”: é apenas um mecanismo de conservação, e não é responsável por toda a complexidade e diversidade da vida encontrada na natureza.

Vamos destrinchar o oxímoro da seleção natural. Na expressão “seleção natural”, a palavra “seleção” implica em “escolha”. E é justamente aqui que o bicho “locuta perennis” pega. Estão atribuindo poder de escolha a causas naturais cegas e aleatórias que apropriadamente pertence somente a agentes inteligentes. Desde quando causas naturais têm inerentemente poder de “escolha”? O processo não é cego, não guiado e não inteligente?

Este questionamento não é meu, mas de um dos pais da teoria geral da evolução pela seleção natural: Alfred Russell Wallace. Como é uma pergunta impertinente, ninguém respondeu desde então.

Oxímoro. Palavra até bonitinha, mas cheias de curvas e epistemologicamente comprometedora. Seleção natural: verdadeiro mecanismo evolutivo eficiente na criação de novas quantidades de informação biológica ou apenas mais um tonitruante, mas ineficiente oxímoro epistemológico darwinista?

Seleção natural, qual foi a verdadeira “intenção” de Darwin com isso? Científica ou ideológica? Historiadores de ciência mais aptos e com mais anos de estrada do que eu bem que poderiam contar esta história, mas não contam.

Não vou contar, não vou contar. Vou contar. Só que eu conto aqui outro dia.

Lineu teria erguido a bandeira da filogenômica?

segunda-feira, março 26, 2007

por David Tyler 26/03/2007 10:33:48 am

A filogenômica utiliza “grandes quantidades de dados genéticos (não apenas genomas inteiros) para construir árvores evolutivas, ou filogenias.” A nova disciplina faz grandes afirmações, pois objetiva “remodelar a sistemática” usando as séries de dados extensivos surgindo dos projetos de mapeamento de genoma. Um pesquisador explica o seu escopo: “Os genomas estão fornecendo uma visão muito melhor da árvore da vida na Terra” e “A revolução está apenas começando ― cada novo genoma está causando um repensar.”

Isso pode surpreender alguns, mas Lineu não foi o pioneiro da sistemática tendo a árvore da vida em mente. Não é necessário pressupor um ancestral para todas as coisas vivas para ser um scholar trabalhando nesta área.

O mais importante de tudo, erguer “a bandeira da filogenômica” não deve ser confundido com a entrega de resultados. Porque algumas pessoas dizem que a revolução está apenas começando, isso não significa que elas estejam certas. “O que também tem se tornado claro é que muitos problemas não podem simplesmente serem submetidos a submissão com mais dados.”

Para ilustrar um problema: “Talvez a gafe mais proeminente foi a declaração pelo Projeto do Genoma Humano em 2001 que de 100 a 200 genes nos humanos vieram diretamente das bactérias.” A transferência lateral de gene (TLG) foi invocada para explicar os dados. Isso foi contestado por vários “biólogos evolucionistas espantados, [que] rapidamente derrubaram a afirmação, mostrando que os genes em questão teriam, mais provavelmente, estado presentes no ancestral comum dos humanos e bactérias, mas depois perdidos em outras linhagens.”

O que é surpreendente é que não tem ocorrido uma resposta semelhante para a nova explicação: pois isso implica que os genes relevantes estavam presentes nos descendentes evolutivos e foram perdidos sistematicamente em cada ramo e galho da árvore da vida exceto aquele que resultou nos humanos. Esta explicação é tão inventada quanto a TLG!

De acordo com um especialista citado: “você não pode fazer boa análise de genoma sem análise evolutiva.” Lineu não teria concordado com isso. Ele teria advertido para os perigos de encaixar forçadamente os dados num molde predeterminado. Se você pressupor a árvore da vida, como que os pesquisadores poderiam alguma vez concluir que o que eles estavam estudando era uma floresta e não uma árvore?

Linnaeus at 300: We are family John Whitfield Nature 446, 247-249, (15 March 2007) | doi:10.1038/446247a Atualizando a árvore da vida precisa tanto das habilidades dos biólogos evolucionistas e os dados dos decifradores de genomas ― os dois se ignoram por sua própria conta.

Túnel do Tempo: eles “falaram e disseram” isso num congresso brasileiro de jornalismo científico

O 6º Congresso Brasileiro de Jornalismo Científico, realizado em Florianópolis, SC, de 2 a 5 de maio de 2000 no Hotel Praiatur, foi assistido por quase 250 pessoas e contou com a participação de mais de 40 palestrantes, entre jornalistas e pesquisadores. [1]

Jornalista da TV Cultura de SP diz que jornalismo brasileiro é uma droga

A entrevistadora da TV Cultura de São Paulo e professora de telejornalismo, Mônica Teixeira, disse que o jornalismo brasileiro em geral é uma droga... Com o jornalismo científico não é diferente e ela exemplifica com o caso do projeto genoma, que é mostrado como descobertas de genes que causam doenças, quando na verdade é muito mais amplo que isto.

Segundo Mônica, os profissionais também entraram no esquema e não buscam coisas novas em cada matéria. Eles apenas repetem uma estrutura já existente ... Mônica acha que, no jornal o leitor pode reler uma matéria mais complexa e na TV isso não é possível, mas se o repórter repetir os conceitos e questionar o pesquisador quando tiver dúvidas, a matéria poderá ser boa. Mônica não acha que o jornalista deve ser um especialista em determinadas áreas. Ela disse que antes de tudo, ele deve ser jornalista e pode se interessar por alguns temas e conhecê-los mais que os outros.

Zé Hamilton e André Singer dizem que o segredo do bom jornalismo é muito trabalho

Os jornalistas José Hamilton Ribeiro, diretor do programa Globo Rural e André Singer, [então] editor da revista Superinteressante, disseram que o jornalismo caminha para a especialização e que os profissionais terão que conhecer mais as áreas que pretendem seguir. Ribeiro é um dos organizadores do 6º. Congresso Brasileiro de Jornalismo Científico e André Singer está participando de um debate hoje à tarde sobre os problemas na organização da ciência.

José Hamilton Ribeiro acha que o jornalismo científico e a ciência feitos no Brasil são muito ruins. Ele disse que, para melhorar o jornalismo, "só fazendo jornalismo", ou seja, o profissional deve trabalhar muito, errar até acertar. Segundo José Hamilton, a ciência pode avançar com investimentos e mudança de postura dos pesquisadores. Na opinião dele, os cientistas brasileiros não são comprometidos com a sociedade e não se vêem na obrigação de divulgar seus trabalhos. Os jornalistas, por sua vez, devem estudar mais e trabalhar mais.

O editor da Superinteressante, André Singer, falou das dificuldades de fazer a revista por ser direcionada a um público muito amplo. A Superinteressante precisa usar uma linguagem simples, o que muitas vezes não é entendido pelos pesquisadores brasileiros. André disse que em outros países mais desenvolvidos isso não acontece.

Qualquer semelhança com a Nomenklatura científica e o jornalismo científico praticado atualmente pela Grande Mídia tupiniquim não é mera coincidência, é fato, Fato, FATO!

Há quem sinta “pruridos evangélicos” pela minha catilinária dura e às vezes irônica, mas o que faço é somente “desconstruir” esta realidade apontando a versão do “outro lado” que não tem espaço nem vez na GMT e na Academia.

Foram eles mesmos que “falaram e disseram” o que eu digo aqui em outras palavras...

Ai de quem ousar discordar do paradigma vigente. Eu sei do que estou falando...

[1] Inclusive este blogger que, por razões pessoais não pôde participar, mas teve seu trabalho sobre a relação entre o jornalismo científico e a Nomenklatura científica apresentado no último dia daquele evento na sala dois. Vide: http://www.abjc.org.br

Qual a razão principal da existência do blog “genérico”?

domingo, março 25, 2007

Depois que descobri o blog “genérico” http://pos-darwinismo.blogspot.com fiquei matutando ― “Por que alguém lançaria um blog com um nome parecido com o http://pos-darwinista.blogspot.com ?” O “genérico” tem as características do verdadeiro, do original. Será que este blog “genérico” vai mantê-lo?

Por que alguém faria isso? Quem sabe os leitores podem me ajudar respondendo ao seguinte teste. Marque somente uma opção e me mande um e-mail com a sua resposta. Brevemente nós teremos o resultado deste teste:

1. Disseminar amplamente a Teoria do Design Inteligente no Brasil.

2. Disseminar amplamente as insuficiências epistêmicas das atuais teorias da origem e evolução da vida.

3. Proteger a identidade dos IP dos computadores dos membros da Nomenklatura científica, da KGB [peer-reviewers é mais chique], e de jornalistas científicos na Grande Mídia tupiniquim visitantes deste blog.

4. Um “cavalo de Tróia” ao clicar em Atom.

5. Todas as opções estão corretas.

Eu fui ateu e marxista-leninista na minha juventude. Quase que eu fui para Cuba fazer treinamento de guerra de guerrilhas. Che Guevara foi o meu ídolo como revolucionário. Eu sei um pouco de espionagem e contra-espionagem. Não vou alarmar aqui os meus nobres visitantes da Nomenklatura científica, da KGB [peer-reviewers é mais chique], e nem os jornalistas científicos da GMT. Muitos deles são meus amigos.

Como eu fui bem treinado nessa área, sou levado a marcar a opção # 3. Se a idéia foi essa, em que isso vai proteger a identidade dos IPs dos computadores dos visitantes deste blog? Como vou saber que vocês não estão mais visitando diretamente o meu blog? O link de redirecionamento vai revelar o IP dos computadores redirecionados.

Senhores, fiquem tranqüilos, eu jamais revelaria suas verdadeiras identidades. Fui treinado a respeitar os meus inimigos. Não revelaria nem sob tortura.

Shalom!

Visitem este blog em outro blog

Este blog pode ser visitado em outro blog lançado no mês de março de 2007:

http://pos-darwinismo.blogspot.com

Os blogs são assinado por um tal de Atom.

Nota deste blogger: Desconheço o autor, e este blogger não se responsabiliza por nada ali reproduzido a não ser os meus blogs, desde que não adulterados.

FEBEAPAD versão “INTERNATIONAL”: da Serra da Capivara via Cambridge

Vide abaixo o comunicado à imprensa sobre uma pesquisa científica [será???] feita por um pesquisador brasileiro apresentando evidência de cultura “humana” entre os primatas. Mais um caso de FEBEAPAD [Festival de Besteira que Assola o País Darwinista], desta vez “internacional”!

Onde: Floresta na Caatinga do Parque Nacional da Serra da Capivara, Piauí, via programa da renomada Universidade de Cambridge.

Quem: Dr. Antonio Moura, pesquisador brasileiro do Departamento de Antropologia Biológica

Sujeitos da pesquisa: Uma população de macacos capuchinhos do Brasil.

Comportamento observado: O bater de objetos é um comportamento inato nos macacos capuchinhos, mas em grupos selvagens observados antes desta pesquisa o comportamento somente aconteceu num contexto de busca de alimento. O bater de pedras é uma variante completamente nova.

Objetivo da pesquisa: Demonstrar que esse bater de pedras dos primatas sul-americanos pode ser uma habilidade aprendida socialmente.

Comunicado à imprensa da Universidade de Cambridge de 23 de março de 2007:

Nova evidência sugere cultura “humana” entre os primatas

Pesquisa sugere que o bater de pedras por macacos sul-americanos poderia ser uma habilidade aprendida socialmente.[1]

Nova evidência sugere que os macacos podem aprender habilidades uns dos outros, da mesma maneira que os humanos [SIC ULTRA PLUS 1], foi descoberta por um pesquisador da Universidade de Cambridge.

O dr. Antonio Moura, um pesquisador brasileiro do Departamento de Antropologia Biológica, descobriu sinais que os macacos capuchinhos no Brasil batem pedras como uma estratégia de sinalização para espantar predadores potenciais.

Embora não conclusiva [SIC ULTRA PLUS 2], a sua pesquisa acrescenta a um corpo de evidência crescente sugerindo que outras espécies têm algo se assemelhando à cultura humana.
...
Uau! Sem desprezar a nata científica tupiniquim, mas a Universidade de Cambridge já deu luminares científicos como James Clerk Maxwell [aquele que Feynman disse que daqui a uns 10.000 anos seria lembrado como alguém que pensou a melhor idéia]. O que está acontecendo por lá? Uma “involução” ― em vez de uma cultura humana ser aprimorada, estamos “involuindo” para uma cultura simiesca?

A dogmática darwinista beira a insanidade. Se macacos batem com pedras, é bem provável que para chegarem a Carlos Drummond de Andrade não deve estar muito longe. Será que alguém se habilita a apresentar uma dissertação de mestrado ou uma tese de doutorado abordando essa linha de raciocínio sobre esta pérola de evidência de existência de “cultura humana” nos macacos capuchinhos?

Quando eu bato aqui nos ultradarwinistas, sem dó nem piedade, é pra ver se eles voltam à realidade. Falam cada abobrinha, e pior de tudo ― perderam a vergonha, pois que infectados pela Delusia academia. Eles nem ficam “corados de vergonha” diante de tanta estultícia. É por isso que sigo a tese da Dra. Vera Machline [alguém sabe por onde ela anda?], de que o riso desconstrói o discurso do “status quo”, dos poderosos epistêmicos de plantão, dos que praticam “ciência normal”.

Por que os cientistas fazem afirmações assim, e nada acontece? É porque a Grande Mídia tupiniquim não tem a coragem de ler as pesquisas com certo ceticismo salutar, e de não questionar o contexto de corroboração dessas pesquisas com mais vigor. O que vale nas editorias de ciência da GMT é: Nomenklatura científica locuta, causa finita!

Assim como a “solução biológica” de Kuhn passa pelos cientistas da velha guarda, isso também se dá entre os jornalistas científicos: uma nova geração de jornalistas surgirá que terá coragem de questionar esses meros mortais, que nos devem satisfação em melhor explicar suas pesquisas científicas por que assalariados com recursos derivados de nosso suado imposto de renda.

Eu queria ver se o Claudio Angelo, editor de ciência da Folha de São Paulo, o Marcelo Leite, ou o Reinaldo José Lopes, e outros representantes da GMT, teriam a coragem de fazer a seguinte entrevista:

“Dr. Moura, como que o sr. sabe disso? Não parece meio absurdo afirmar que um bando de macacos batendo pedras esteja relacionado com a cultura humana? E o que sr. diria sobre o grande número de pesquisadores que discordam de suas idéias?

O sr. não fica nenhum pouco incomodado em extrapolar um comportamento simiesco tão trivial com a complexidade e diversidade da cultura humana? Como a sua hipótese pode ser testada? Como pode ser falsificada? Se a pesquisa não é conclusiva, e aqui apenas uma sugestão, por que o sr. não volta a trabalhar com mais rigor científico até poder fazer uma afirmação mais confiável?

Onde está o corpo de evidência crescente nas publicações especializadas? Poderia citá-la a fim de que outros pesquisadores possam confirmar ou não, e se sua pesquisa não é apenas uma fantasiosa especulação?

Quando Claudio Angelo, Reinaldo José Lopes, Marcelo Leite e outros jornalistas científicos, forem mais sabia e ceticamente sensíveis, e exigirem integridade científica desses cientistas, eles [os cientistas] deixariam de fazer tanta marola e contar “just-so-stories” de Darwinlândia.

Está faltando esta coragem no jornalismo científico entre os tupiniquins.

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[1] http://www.admin.cam.ac.uk/news/press/dpp/2007032201

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Para mais informações:

Tom Kirk, Communications Office, University of Cambridge, Tel: 01223 332300, mobile 07917 535815, Email: tdk25@admin.cam.ac.uk

O dr. Antonio Moura está disponível para entrevistas. Ele está trabalhando no Brasil, e pode ser contatado pelo telefone (83) 99 92 05 74, ou por e-mail moura_a@yahoo.com

Fotos de alguns do macacos capuchinhos pesquisados também estão disponíveis, bem como as cópias completas do relato do dr. Moura nesta pesquisa.

De thomaskuhn@sci.edu para nomenklaturacientifica@longoargumento.org

sábado, março 24, 2007

Sou leitor assíduo do Elio Gaspari na Folha de São Paulo. Gosto da verve irônica dele para “desconstruir” os poderosos de plantão em Pindorama.

Doravante neste blog, vou “invocar” mortos e vivos para a nossa controvérsia. Vou usar aqui os “e-mails” fictícios de figuras de renome do passado e do presente para dialogarem com Darwin e a Nomenklatura científica.

Vou começar com o meu “ídolo” em História da Ciência: Thomas Kuhn. Nenhum aluno deveria graduar na universidade sem ter lido e lidado com as teses kuhnianas no seu livro “A Estrutura das Revoluções Científicas” [São Paulo, Perspectiva].

Diante do atual e forçado “enrijecimento” ideológico das regras metodológicas, Thomas Kuhn, onde quer que você esteja ― seja tão-somente um monte de partículas carbonadas nesta vastidão de universo sem nenhum sentido, no Nirvana, ou seja lá onde for, sua voz que está sendo “silenciada” pela Nomenklatura científica e pela KGB[peer-reviewers é mais chique] vai encontrar eco aqui neste blog.

Eis o “e-mail” que Kuhn enviou aos poderosos do plantão epistêmico:

De: thomaskuhn@sci.edu
Para: nomenklaturacientifica@longoargumento.org
Cc: kgb.peer-reviewers@longoargumento.org; grandemidia@pindorama.com
Bcc: darwin@longoargumento.org


Quero lembrar aos Srs. que o debate sobre as regras metodológicas da ciência freqüentemente faz parte da prática da ciência, especialmente quando os paradigmas estabelecidos estão sendo seriamente desafiados. Os “guarda-cancelas”, oops peer-reviewers é mais chique, que rejeitam o ensino da controvérsia Darwin v. Design baseado nas afirmações [infundadas] de que o Design Inteligente viola as atuais regras de práticas científicas, estão somente chovendo no molhado.

As regras do atual regime camisa-de-força epistemológico não podem impedir a
discussão da controvérsia pelas simples razão: elas são reais, e elas mesmas podem ser objeto de controvérsia científica. Por mais que os praticantes de “ciência normal” não queiram discuti-las, mais dia menos dia, a verdade das evidências vai prevalecer, e a Nomenklatura científica e a KGB não vão mais poder evitar que essas anomalias que o atual paradigma não consegue explicar, vão ter que discuti-las e seguir as evidências aonde elas forem dar.

Ah, ia me esquecendo, essa situação de ficar “escondendo as anomalias” vai acabar quando “a solução biológica” se impor inexoravelmente aos cientistas antigos para que uma nova geração de cientistas possa fazer as perguntas e apresentar idéias controversas e polêmicas como plausibilidades científicas hoje proibidas. Srs., debater regras metodológicas da ciência faz parte do jogo heurístico. O design inteligente inclusive!

Esperando contra a esperança para uma iminente e eminente mudança paradigmática em biologia evolutiva,


Thomas Kuhn

Mais de 30.000 visitantes no blog “Desafiando a Nomenklatura Científica”

O ClustrMaps de 23 de março de 2007 confirma: o blog “Desafiando a Nomenklatura Científica” já ultrapassou a marca de 30.000 visitantes em um ano e três meses de vida.


Muito obrigado a todos os leitores deste blog. Vocês é que são responsáveis por tão grande audiência, afinal de contas, vocês recomendam o blog aos seus amigos, que por sua vez recomendam aos seus amigos. Sem contar a ajuda inestimável da turma do Orkut.

Caso você queira confirmar o número de visitas nacionais e internacionais [a “diáspora” brasileira é maior do que imaginamos] atestando o sucesso deste blog ― afinal de contas, 11 entre 10 darwinistas lêem diariamente este blog, e um universo muito maior de leitores especializados [professores e alunos de universidades públicas e privadas] e inúmeros leigos, clique aqui.

Valeu MB e MT! Sem o desafio de vocês, o blog “Desafiando a Nomenklatura Científica” não existiria.

Pro bonum scientiae!

Macaco Simão, cadê a banana que estava aqui?

sexta-feira, março 23, 2007

Gente, eu fico cada dia mais espantado com a suficiência epistêmica global de uma teoria científica do século XIX, recauchutada no século XX, e nos seus estertores de corroboração empírica no século XXI.

Você tem gripe? É por causa da evolução. Você sente raiva? É devido à evolução! Você bate na sua mulher? É um fator do “macho dominante” que só a evolução explica. E a fêmea agredida? A evolução explica que uma pressão seletiva de sobrevivência fez com que elas fossem dóceis e submissas ao “macho dominante”.

Você não acredita na teoria geral da evolução? Uma mutação “SUED” foi preservada na Idade do Gelo, e segundo Drawink, isso fez com que a espécie humana sobrevivesse devido a este “meme cultural” que rejeita a evolução.

Uau! Quanta estultícia, e pior de tudo, contrabandeada e trombeteada pela Nomenklatura científica e a Grande Mídia internacional e tupiniquim como sendo “episteme”. Pobre ciência!
Eu aprendi nos bons tempos de universidade que uma teoria científica que explica tudo, não explica nada. Leiam este artigo veiculado na newsletter de divulgação científica da SBPC, o JC E-Mail 3226, de 20 de Março de 2007:

Cientistas encontram os primórdios da moralidade no comportamento de primatas

Os cientistas dizem que certos comportamentos dos chipanzés fazem parte da herança humana, mas eu somente ficaria surpreso se pesquisa tivesse achado um código moral símio e as penalidades impostas pela quebra de um dos mandamentos, oops das macaquices negativas cometidas contra um dos “primos” peludos.

Macaco Simão, cadê a minha banana que estava aqui?

Dra. Vera Machline, por onde você anda? Sou muito grato pela sua tese de que o riso é uma forma de “desconstruir” o discurso dos poderosos de plantão!
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Yanoconodonte, o negócio da China do “elo perdido” ou só especulando sobre a evolução do ouvido? Parte 2 de 2

O site da platinada Globo G1 Ciência e Saúde abriga o blog Tubo de Ensaio freqüentemente visitados por jornalistas ― aqueles que têm a obrigação ética de serem objetivos e imparciais na veiculação de notíciais. O blog intitulado “Pela Enésima vez...” foram os meus 15 minutos de fama e justamente onde eu merecia ser destacado: no Platinado Grupo da Rede Globo.

Gente, obrigado pela audiência. Nós já passamos dos 30.000 visitantes! E com visitantes ilustres das universidades federais e particulares do Oiapoque ao Chuí. O Reinaldo José Lopes nem imagina o quanto sou grato por ele ter ampliado o universo de meu blog com o “affair Yanoconodonte”. Uau, sabe lá quanto que eu teria de pagar à Rede Globo para inserir um pequeno comercial do blog “Desafiando a Nomenklatura Científica” tentando atrair novos leitores? Valeu, Reinaldo, pelo marketing.

Bem, agradecimentos sinceros e ironia fina à la Macaco Simão [FSP], vamos ao que interessa: esses ossos de contenção.

Lopes já deve ter lido a pesquisa na Nature, e sabe na p. 292 aparece a Fig. 2 Relationship of Yanoconodon Allini [Relação do Yanoconodon Allini]. É uma árvore filogenética (cladograma). E o que a figura nos mostra? Homoplasias [evolução convergente] de DMME [definite mammalian middle ear – ouvido médio definido de mamífero] em espécies de mamíferos básicos destacados pelas setas vermelhas [Hadrocodium, Tachyglossus, Ornythorhynchus, Cimolodontans, Repenomamus, Gobiconodon, e o Yanoconodon].

O Hadrocodium foi um mamífero do Jurássico inferior sem algumas das características típicas encontradas nos mamíferos, mas já tendo um sistema de audição complexo. Pergunta mais do que impertinente, mas científica ― isso significa que até uma espécie menos ‘evoluída’ já tinha os ossículos do ouvido médio tipo mamífero já separados da mandíbula? Uau, então o trem evolutivo de Shanghai do Yanoconodonte está demasiadamente atrasado para que ele seja considerado uma forma transicional.

Eu sei que eles vão “invocar” [com todo o respeito aos kardecistas] o “espírito de Haeckel” aqui nesta questão: a “ontogenia recapitula a filogenia”. Lopes, a recapitulação não é somente “considerada anátema” por mim, mas por grande parte da comunidade científica. No contexto da descoberta, ela é tão simples como 2 mais 2 são 4, mas no contexto da corroboração, Haeckel, por mais que fraude nos desenhos, não fecha a conta da suficiência epistêmica.

E esta fraude a favor do fato, Fato, FATO da teoria geral da evolução ainda continua nos livros didáticos de Biologia do ensino médio? Alô MEC/SEMTEC/PNLEM, estão defraudando a educação de nossos alunos. Alô Ministro da Educação, V. Excia. talvez nem saiba, porque seus assessores também não saibam, mas nossos melhores autores de Biologia estão desvirtuando intencionalmente a abordagem científica da evolução.

Uma coisa precisa ficar bem nítida para todos os interessados na questão é ― os autores da pesquisa sequer afirmaram que o Yanoconodon representa uma linhagem direta evolutiva de ouvido médio colado para ouvido médio descolado. Isso seria uma possível característica pedomórfica [não é pedófila, não] capaz, dentro do smorgasbord teórico darwinista [se não for x, então z, se não for z então x, se não for nem x nem z, todo o ABC], de duas interpretações evolutivas.

Colocar o Yanoconodon nesta seqüência demandou uma ferramenta que pudesse maximizar a “parcimônia” [simplicidade que os cientistas depois de Ockham se empenham por isso na elaboração de suas receitas, oops teorias], mas é preciso ser cético com este “zelo ockhamiano”] entre as as possibilidades de árvores filogenéticas quando todas as características das espécies são consideradas. Cito aqui o texto original de Luo et al. Lembre-se que homoplasia se refere a evolução convergente ― traços semelhantes aparecendo em grupos não aparentados.

“O Yanoconodon e sua família de eutriconodontes estão colocados dentro da coroa Mammalia (Fig. 2) pela parsimônia de todos os caracteres. A ausência de DMME [definite mammalian middle ear ― ouvido médio definido de mamífero] nos eutriconodontes, um grupo membro da coroa Mammalia, está em nítido contraste com os monotremos modenos [como o Platypus] e os terianos [mamíferos mais derivados, incluido os marsupiais e os placentários] que possuem DMME. Esta filogenia exige um dos seguintes cenários [SIC ULTRA PLUS 1] evolutivos: ou (1) o DMME estava presente no ancestral comum dos monotremos, eutriconodontes e terianos; mas os eutriconodontes reevoluíram [SIC ULTRA PLUS 2] a fixação do ouvido médio à mandíbula, ou (2) o DMME estava ausente no ancestral comum dos monotremos, eutriconodontes e terianos, e isto é retido como uma pedomorfose nos eutriconodontes; mas o DMME evoluiu em nos monotremos sobreviventes, e separadamente nos terianos. A pedomorfose, ou a retenção de características fetais ou juvenis de ancestrais e parentes através de heterocronia de desenvolvimento [diferenças nas taxas de desenvolvimento], é um fenômeno comum na evolução de vertebrados. A ossificação heterocrônica (“prematura”) da cartilagem de Meckel em eutriconodontes é a causa imediata desta conexão pedomórfica do ouvido médio e a mandíbula, e é porque existe uma distribuição homoplástica global entre os terianos (com DMME), eutriconodontes (sem DMME), monotremos (com DMME) e parentes pré-mamíferos (sem DMME) (triângulos na Fig. 2). A conexão pedomórfica do ouvido médio com a mandíbula de eutriconodontes e formas mamíferas é consistente com a sua falta de epífises de ossos longos para terminar o crescimento do esqueleto, conforme observado em mamíferos modernos.” [1]

Dou um doce para quem adivinhar qual o cenário que Luo et al favoreceram, oops escolheram. Vocês são muito inteligentes. É isso mesmo, eles favoreceram o cenário 2. Quanto isso implica epistemicamente? Nós vamos ter que acreditar, oops assentir que o ouvido médio definido dos mamíferos [DMME] evoluiu duas vezes ― uma vez nos monotremos (Platypus) e, separadamente, nos mamíferos terianos. Teria sido esta a razão por que os editores da Nature foram por demais evasivos na sua louvaminhice desta pesquisa?

“A formação de três ossículos do ouvido médio de componentes da mandíbula inferior de reptilianos foi um evento importante na evolução mamífera. Nunca antes esta transição tinha sido observada tão nitidamente como num fóssil de mamífero primitivo achado recentemente em uma nova localidade da Formação Yixian na China, a 300 km a oeste dos sítios clássicos em Liaoning. Neste espécime os ossos do ouvido médio permanecem conectados com a mandíbula inferior pela cartilagem de Meckel ― uma transição associada com uma remodelagem correspondente da parte postero-inferior. Mas a situação não é tão distinta quanto parece [SIC SUPER ULTRA PLUS]. As relações evolutivas do fóssil sugerem que ou o ouvido médio “moderno” evoluiu duas vezes, independentemente ou evoluiu e então se perdeu em pelo menos uma linhagem antiga.” [2]

Não fiquem tristes vocês que não leram o artigo, mas escreveram na Grande Mídia tupiniquim exaltando o Yanoconodonte como mais uma corroboração do fato, Fato, FATO da teoria geral da evolução, porque apesar da complexidade da situação, até os autores da pesquisa não deixaram de fora a parte mais importante que deve constar em todas as pesquisas, artigos e trabalhos em evolução de triunfalismo epistêmico darwinista: o tradicional “beija-mão” e “beija-pé” de Darwin.

Como é que eles fizeram isso? Eles não somente falaram sobre a coluna vertebral do Yanoconodonte, mas acharam que num passe de mágica os genes Hox genes fornecem “um mecanismo plausível para os padrões evolutivos” em costelas lombares e várias vértebras. Lembre-se, mais uma vez a onisciente, onipresente e onipotente homoplasia (evolução convergente) vem socorrer Darwin do vexame de insuficiência de corroboração epistêmica: ou os padrões irregulares das costelas lombares na árvore filogenética surgiram porque eleas tinham funções semelhantes, ou se perderam em outras espécies pelas mesma razão.

Sente-se para não cair perplexo diante da corroboração do fato, Fato, FATO da teoria geral da evolução. Luo et al. acharam que fazendo assim eles estavam ilustrando “dois casos para extrapolar a padronização do Hox gene de ratos cobaias de laboratório à filogenia de mamíferos primitivos numa grande escala evolutiva [SIC ULTRA PLUS]. [3]

Uau! Extrapolar agora é ciência baconiana! Por coisas assim, eu ainda acredito (argh, isso é copmo cometer genocídio epistemológico) que Popper tinha razão: o darwinismo quando tentar explicar a origem e a evolução da vida é um grande programa de metafísica!

Como fazer divulgação científica? Leia este blog sobre os níveis de divulgação científica.

Claudio Angelo, editor de ciência da Folha de São Paulo, fiquei muito lisonjeado por você ter me arranjado mais um apodo: “o paradoxo de Enézio”. Cara, eu estou ficando famoso mesmo. Pôxa, Platão, “o eleático Palamedes”, aquele que Aristóteles disse ter sido o inventor da dialética filosófica, Zenão (c. 470 a.C.), é meu xará!

Delenda Reinaldo José Lopes e o seu “lead” sobre o Yanoconodonte, uma importante, mas controversa e polêmica descoberta científica.

NOTAS:

[1] Zhe-Xi Luo, Peiji Chen, Gang Li, and Meng Chen, “A new eutriconodont mammal and evolutionary development in early mammals,” Nature 446, 291 (15 March 2007) | doi:10.1038/nature05627: Yanoconodon and its eutriconodontan kin are nested within the crown Mammalia (Fig. 2) by the parsimony of all characters. The absence of DMME [definite mammalian middle ear] in eutriconodonts, an in-group of crown Mammalia, is in sharp contrast to modern monotremes [like Platypus] and therians [more derived mammals, including marsupials and placentals] that have DMME. This phylogeny requires one of the following two evolutionary scenarios: either (1) DMME was present in the common ancestor of monotremes, eutriconodonts and therians; but eutriconodonts re-evolved the middle ear attachment to mandible, or (2) DMME was absent in the common ancestor of monotremes, eutriconodonts and therians, and this is retained as a paedomorphosis in eutriconodonts; but DMME evolved in extant monotremes, and separately in therians. Paedomorphosis, or retention of fetal or juvenile characteristics of ancestors and relatives through developmental heterochrony [differences in developmental rates], is a common phenomenon in vertebrate evolution. The heterochronic (‘premature’) ossification of Meckel’s cartilage in eutriconodonts is the immediate cause for this paedomorphic connection of middle ear and mandible, and is why there is an overall homoplastic distribution among therians (with DMME), eutriconodonts (without DMME), monotremes (with DMME) and pre-mammalian relatives (without DMME) (triangles in Fig. 2). The paedomorphic connection of the middle ear to mandible of eutriconodonts and mammaliaforms is consistent with their lack of the long-bone epiphyses for terminating skeletal growth, as seen in modern mammals. [1]

[2] Editor’s summary, “An early look at mammals,” Nature 446:7133. “The formation of the three tiny bones of the middle ear from components of the reptilian lower jaw was a key event in mammalian evolution. Never before has this transition been seen so clearly as in a primitive fossil mammal found recently in a new locality of the Yixian Formation in China, 300 km west of the classic sites in Liaoning. In this specimen the middle-ear bones remain connected to the lower jaw by Meckel’s cartilage – a transition associated with a corresponding remodelling of the lower back. But the situation is not as clear-cut as it seems. The evolutionary relationships of the fossil suggest that either the ‘modern’ middle ear evolved twice, independently or that it evolved and was then lost in at least one ancient lineage.”

[3] 1Zhe-Xi Luo, Peiji Chen, Gang Li, and Meng Chen, “A new eutriconodont mammal and evolutionary development in early mammals,” Nature 446, 292 (15 March 2007) | doi:10.1038/nature05627. “two cases for extrapolating the Hox gene patterning of laboratory mice to early mammal phylogeny on a grand evolutionary scale.”

SOBRE OS OMBROS DE TRÊS GIGANTES DE UNIVERSIDADE E CENTRO DE PESQUISAS.

Tautologia darwinista na medicina moderna

quinta-feira, março 22, 2007

Este blog é do Dr. Michael Egnor, um dos neurocirurgiões americanos mais famoso segundo o jornal The New York Times. Eu faço parte de uma lista de discussão com ele e mais 300 cientistas.

Parece que a minha veia sarcástica literária está fazendo escola no ciberspaço. Divirtam-se, que cientista não é de ferro!
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Enfermeira, rápido, aplique uma tautologia no paciente!
O darwinismo é essencial para a nossa compreensão da resistência bacteriana aos antibióticos? Considere a seguinte conversa [imaginária], na beira da cama de um paciente com uma infecção séria resistente a antibióticos:

Enfermeira: Nada está funcionando, doutor!

Doutor: Eu sei. Todos os nossos antibióticos falharam. Penicilina, Cipro, Tetraciclina. Nada está funcionando.
Enfermeira: Vamos pedira ajuda aos darwinistas!
Doutor: (Bate na sua testa) é claro! O darwinismo é a fundação de nosso entendimento da resistência bacteriana aos antibióticos. Rápido, enfermeira, aplique uma tautologia no paciente!

Os darwinistas afirmam que a teoria de Darwin, que é a teoria de que toda a complexidade biológica surgiu por variação aleatória e seleção natural é essencial para o nosso entendimento da resistência bacteriana aos antibióticos. O que exatamente o darwinismo nos ensina sobre a resistência antibiótica?

A microbiologia nos informa que as populações bacterianas são heterogêneras. Uma bactéria difere de outra. A biologia molecular nos informa que algumas bactérias têm mecanismo moleculares pelos quais elas podem sobreviver aos antibióticos. A genética molecular nos informa que esses mecanismos de resistência são transmitidos para outras bactérias e através de gerações de bactérias. A farmacologia nos ajuda elaborar novos antibióticos que tiram vantagens das defesas bacterianas.

O que o darwinismo acrescenta às ciências de microbiologia, biologia molecular, genética molecular, e farmacologia? O darwinismo nos informa que as bactérias resistentes a antibióticos sobrevivem a exposição aos antibióticos devido a seleção natural. Isto é, as bactérias sobrevivem aos antibióticos que elas não são sensíveis, desse modo as bactérias que não morreram eventualmente suplantarão as bactérias que morreram. É isso.

A microbiologia, a biologia molecular, a genética molecular e a farmacologia são indispensáveis para a medicina moderna. Nós aprendemos muito sobre as intricadas defesas bacterianas contra os antibióticos, e nós desenvolvemos centenas de antibióticos que salvaram milhões de vidas. O que o darwinismo acrescentou nesses milagres? Apenas isso: bactérias que não morreram eventualmente vão suplantar as bactérias mortas.

O darwinismo não vale nada para a medicina moderna. Isso também está se tornando uma tautologia.

Postado por Michael Egnor em 22 de março de 2007 12:02 AM | Permalink

Por falar em "relógio molecular", alguém tem a hora certa?

Já bloguei aqui sobre as dificuldades de corroboração dos "relógios moleculares". E a quantas anda o fato, Fato, FATO da teoria geral da evolução sob este campo científico de pesquisa? Na maior confusão, gente!

Os autores deste trabalho afirmam que a área ainda espera trabalhos "com algum nervosismo, considerando-se que nós suspeitamos [SIC ULTRA PLUS 1] que eles possam revelar que muitos estudos passados colocaram muita confiança em simples análises de relógio molecular [SIC ULTRA PLUS 2], e que suas conclusões devem por isso serem revisitadas [SIC ULTRA PLUS 3]."

Pulquério e Nichols são cientistas evolucionistas e não são simpatizantes do Design Inteligente.

Leiam e depois me digam o que o MEC/SEMTEC/PNLEM deve fazer com a abordagem dos "relógios moleculares" em nossos livros-texto de Biologia do ensino médio.

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Dates from the molecular clock: how wrong can we be?
Mário J.F. Pulquério and Richard A. Nichols
Trends in Ecology & Evolution, Volume 22, Issue 4 , April 2007, Pages 180-184

Large discrepancies have been found in dates of evolutionary events obtained using the molecular clock. Twofold differences have been reported between the dates estimated from molecular data and those from the fossil record; furthermore, different molecular methods can give dates that differ 20-fold. New software attempts to incorporate appropriate allowances for this uncertainty into the calculation of the accuracy of date estimates. Here, we propose that these innovations represent welcome progress towards obtaining reliable dates from the molecular clock, but warn that they are currently unproven, given that the causes and pattern of the discrepancies are the subject of ongoing research. This research implies that many previous studies, even some of those using recently developed methods, might have placed too much confidence in their date estimates, and their conclusions might need to be revised.

Molecular clocks and substitution rates
This article was motivated by the experience of a colleague who estimated the time since the separation of two taxa from the number of substitutions that had accumulated between their DNA sequences; in other words, he was using the molecular clock. On submitting the work for publication, he was startled to be advised by a referee that his estimate was wrong by a factor of ten. The argument concerned the tick rate of the molecular clock; that is, the rate of accumulation of substitutions per million years. How could the scientific community hold two such contradictory opinions simultaneously?

Our colleague's original calculation was based on a rate estimated from inter-species comparisons, whereas the referee preferred a rate obtained from a pedigree study. Later, we address why such discrepancies exist between estimates of substitution rates. The central lesson for this article, however, is the realization that reasonable scientists working with the molecular clock can be using estimates that are so different. If neither the fast estimate nor the slow estimate were self-evidently wrong, it suggests that it is difficult to validate them using our knowledge of biogeography and the fossil record. Methods are currently being devised that deal with uncertainty about the variation in the rate and about the timing of the calibration points. Here, we consider the prospects of obtaining date estimates that take account of these issues when constructing their standard errors (or analogous measures of uncertainty): is there likely to be so much uncertainty about molecular dating that the estimates are no longer useful? We fear that, for many current studies, the answer is yes. However, it might be possible to gain extra precision using recently developed methods. The degree of improvement depends on the pattern of variation in the rate of molecular evolution and the availability of calibration points. We currently do not know enough to be confident in the prospects of these new methods, and some initial results are discouraging.
[snip]

We await the more rigorous type of assessment with some nervousness, given that we suspect they might reveal that many past studies placed too much confidence in simple molecular clock analyses, and that their conclusions should thus be revisited.

Por falar em "elos perdidos"...

quarta-feira, março 21, 2007

Darwin sabia que a sua teoria geral da evolução através da seleção natural somente poderia ser corroborada pelos "inúmeros elos transicionais" e que se isso não fosse encontrado, a sua teoria KAPUT!

Bem, depois do estardalhaço da Grande Mídia tupiniquim sobre o Yanoconodonte que tal verificarmos "Os 10 Mais dos Elos Perdidos"?

Bon voyage, mon ami Darwin!

Yanoconodonte, o negócio da China do “elo perdido” especulando sobre a evolução do ouvido Parte 1 de 2

terça-feira, março 20, 2007

O site do platinado grupo Globo G1 Ciência e Saúde abriga o blog Tubo de Ensaio. Lá, o Reinaldo José Lopes postou o blog intitulado “Pela Enésima vez...” em irônica homenagem à minha pessoa. Não precisava. Fiquei até lisonjeado com os meus 15 minutos de fama. Tivesse Lopes ficado tão-somente com o espírito gáudio eu sequer me importaria, mas num comentário muito infeliz [que não fiz uma cópia, e que não localizo mais no blog], esse jornalista me chamou e a outros críticos da teoria geral da evolução de “picaretas”.

Aprendi com meu pai a não ter medo de ninguém. Eu disse aos meus leitores que não iria perder o meu e o tempo deles neste blog com este jornalista. Contudo, vou ter que fazer isso para demonstrar a não veracidade do que ele afirmou de minha pessoa, e lidar seriamente com este suposto “elo de transição” made in China. No campo das idéias, não me tenha por inimigo. Eu vou na jugular. Com as evidências.

Eu não somente gosto da teoria da evolução, como a defino em teoria especial e teoria geral da evolução [coisas que eles não fazem por razões sabidas ― a TGE é um conglomerado de idéias controversas], examinando freqüentemente as evidências a favor e contra. Sou cético da teoria geral da evolução, não por razões puramente ideológicas ou religiosas, mas pelo exame da literatura especializada que acesso na minha universidade e junto a um grupo de cientistas internacionais. Uma leitura objetiva mostra que o neodarwinismo se encontra nos seus estertores epistêmicos, e o upgrade Darwin 3.0 já vem logo aí. Sei do que estou falando. Não será antes de 2009 para não estragar a festa de louvaminhice ao naturalista inglês.

A crítica à TGE, embora aqui recorrente, não é muita capenga. É muito incômoda. Nunca afirmei a inexistência dessas formas transicionais. Sou cético no alarde ensandecido feito de sua comprovação do fato, Fato, FATO da evolução dos diversos grupos de animais e plantas devido às muitas divergências e dificuldades encontradas nessas áreas. O caso das baleias ainda é controverso. A origem e evolução das plantas então, saí de baixo, porque os cientistas estão às apalpadelas nas escuridão epistêmica.

Os tetrápodes são “animais cordados, gnastomados, com dois pares de membros com cinco dedos, que geralmente são modificados, reduzidos ou ausentes, esqueleto ósseo, aberturas nasais ligadas à boca, e coração com duas aurículas” abrangendo desde os anfíbios aos mamíferos” [Aurélio] extintos e vivos.

Lopes afirmou que “o registro fóssil desmente esse pessoal uma vez por mês, pelo menos.” Desmente em quê? Como que uma espécie se transmuta em outra? Ou em alguns casos em que uma pequena modificação morfológica identificada num fóssil indicaria isso?

Lopes aceita a priori a origem dos mamíferos a partir do grupo de répteis, os cinodontes, e que “um dos principais eventos nessa transição é o surgimento dos três ossinhos do nosso ouvido médio, conhecidos como martelo, bigorna e estribo” e que eles “faziam parte da mandíbula dos répteis e foram se destacando dela”. Ele destaca que “a mandíbula dos mamíferos modernos tem um osso só.”

Será que o fóssil “batizado” [argh, isso é como cometer assassinato bárbaro e hediondo] de Yanoconodon allini elucida realmente a evolução do ouvido dos mamíferos?

Eu sou cético dos “elos transicionais” trombeteados pela mídia, não porque a revista Nature foi fundada com objetivo maior de provar o fato, Fato, FATO da teoria geral da evolução de Darwin [Huxley que o diga...], e nem porque ultimamente os cientistas evolucionistas chineses são apanhados com a mão na cumbuca fraudando suas descobertas científicas.

Consideremos a dificuldade epistemológica: essa variedade de espécies vivas e extintas deveria deixar qualquer cientista ou leigo não-especializado com um pé atrás quanto a encaixar formas tão variadas numa seqüência evolutiva de ancestralidade.

Todavia, foi justamente o que fez um grupo de cientistas chineses: a exibição para a comunidade científica de mais um “elo perdido”: um fóssil de mamífero primitivo que, segundo eles, preenche a lacuna na evolução do ouvido médio dos mamíferos.
Na pesquisa publicada na revista Nature Luo et al descreveram uma nova espécie de mamíferos eutriconodontes, Yanoconodonte, que eles descobriram na província de Liaoning, China [1].

Ao contrário do afirmado por Lopes, de não examinar direito as provas a favor ou contra a TGE, eu li cum granum salis esta pesquisa altamente técnica. Acredito que ele, apesar de ser jornalista científico, não fez este dever de casa. Lendo as seções costumeira de descrição e classificação, os autores tentam explicar duas observações feitas por eles:

1. A primeira e mais notável observação: a estrutura do ouvido médio representaria uma forma transicional nítida entre os ossinhos colados dos répteis e os ossinhos descolados do ouvido médio dos mamíferos.

2. Eles observaram uma vértebra extra (26 em vez de 19 para a maioria dos mamíferos, e 22 para o ‘parente’ mais próximo) e a presença de costelas lombares [incomum em mamíferos, mas presentes em alguns grupos bem separados]. Como eles explicaram isto? Pela manipulação de evolução convergente dos genes Hox que governam as divisões da coluna vertebral (sacro, ílio, lombar), e a presença ou ausência das costelas lombares. Experiências com ratos demonstram que essas características podem ser manipuladas [design inteligente?] pelo silenciamento ou a expressão saliente desses genes mestres reguladores de mudança.

Se Lopes tivesse lido a pesquisa, ele não teria sido tão veemente quanto à suposta corroboração do fato, Fato, FATO da evolução. Por quê? Porque não existe nenhuma transição evolutiva nítida nas caracerísticas vertebrais. Luo et al salientaram que Jeholodens, o suposto parente mais próximo do Yanoconodonte não tem costelas lombares [Fig. 4, node 2, p. 292].

Para embolar ainda mais o meio de campo da corroboração deste “elo de transição”, eles encontraram dois parentes num ramo diferente: um com costelas lombares, e outro sem costelas lombares.

Pior ainda, eles disseram que um animal como o Yanoconodonte ter 26 vértebras é “excepcional”. Um outro animal assim é o Repenomamus, um mamífero do período Cretáceo, do tamanho de um cachorro que atacava dinossauros [p. 291].

Eu não sei porque Lopes abriu o seu blog atacando os céticos por não acreditarem na existência de “formas de transição, capazes de comprovar a evolução dos diversos grupos de animais e plantas” se o foco da pesquisa de Luo et al na revista Nature foi sobre os ossinhos do ouvido médio, embora eles tenham entrado em detalhes tentando estabelecer o Yanoconodonte como uma forma transicional.

No cenário evolutivo aceito a priori, os mamíferos primitivos se originaram de répteis com os ossos ainda ‘colados’ no fundo da mandíbula. Com o passar do tempo evolutivo, os ossos traseiros começaram a se separar do fundo da mandíbula. Isso daria, presumivelmente, alguma vantagem auditiva porque os incipientes ossos do ouvido médio (ossículos), o martelo, bigorna, estribo eram mais livres para vibrar. Esses ossículos se separaram completamente da mandíbula como ocorre com os mamíferos modernos, e se “especializaram” exclusivamente para a audição.

Como Lopes não leu a pesquisa original, ele não pôde mencionar para os leitores especializados e não-especializados que os pesquisadores identificaram partes no fóssil que eles chamaram de “malleus” [martelo] e “incus” [bigorna], mas não acharam um “estribo”. Sem “estribo” o Yanoconodonte não galopa, oops não decola como “elo transicional”!

Para corroborar a pesquisa, os autores destacaram que os ossículos estavam parcialmente descolados no Yanoconodonte, mas permaneceram conectados à mandíbula somente pela cartilagem de Meckel ossificada. Eles também salientaram que o “malleus” [martelo] e o “incus” [bigorna] se assemelham aos ossículos completamente descolados do Ornithorhynchus paradoxus, e que esses ossículos teriam surgido durante o desenvolvimento com uma ligação na mandíbula via cartilagem de Meckel, e que mais tarde teria se descolado. A disposição desses ossículos no Yanoconodonte, disseram os autores, pode ser pedomórfica, isto é, um caso em que a ligação embriônica foi mantida até o estado adulto.

E agora, Lopes? Esta é a verdadeira história sobre este “elo de transição”. E qual é o peso científico disso? E das implicações de como a pesquisa foi feita? E sou eu o “picareta” na abordagem do fato, Fato, FATO da teoria geral da evolução?

Se Darwin aprouver, mañana tem mais!

Fui, rindo das caras desses verdadeiros “picaretas” do jornalismo científico!


NOTA
[1] Zhe-Xi Luo, Peiji Chen, Gang Li, and Meng Chen, “A new eutriconodont mammal and evolutionary development in early mammals,” Nature 446, 288-293 (15 March 2007) | doi:10.1038/nature05627.

O acaso e necessidade de Monod foram pra lata do lixo da História da Ciência!

Aqui neste blog eu não consigo deixar de cutucar os cientistas materialistas que mal utilizam o naturalismo metodológico para avançar sua ideologia materialista como se fosse ciência.

Durante os meus estudos universitários de graduação e pós-graduação o livro “Acaso e Necessidade” de Jacques Monod foi leitura obrigatória. Ainda é hoje em dia. É, acredito que depois desse artigo, a tese não substanciada de ‘acaso e necessidade’ de Monod (1910-1976), será olhada com muito mais rigor cético de que o acaso, a necessidade, mutações filtradas pela seleção natural e outros mecanismos evolutivos ad infinitum, causas naturais precisam sim de causas inteligentes. E que elas são detectáveis empiricamente na natureza.

É por essas e outras que Ph. D.euses não me impressionam, muito menos agora os laureados com prêmio Nobel. Destaco aqui neste blog o abstract do artigo “Timescales of Genetic and Epigenetic Inheritance”, Cell, Vol 128, 655-668, 23. February 2007:

“De acordo com a teoria evolutiva clássica, a variação fenotípica se origina de mutações aleatórias que são independentes da pressão seletiva. Todavia, descobertas recentes sugerem que os organismos evoluíram mecanismos para influenciar o tempo e o local genômico da variabilidade hereditária. Os loci de contingência hipervariáveis e as mudanças epigenéticas aumentam a variabilidade de fenótipos específicos; as DNA replicases sujeitas a erro (ou DNA polimerases sujeitas a erro) produzem muita variabilidade em tempos de stress.

Interessantemente, esses mecanismos parecem sintonizar [SIC ULTRA PLUS 1] a variabilidade de um determinado genótipo para combinar com a variabilidade da pressão seletiva atuante. Embora essas observações não debilitem a teoria de Darwin [SIC ULTRA PLUS 2], elas sugerem que a seleção e a variabilidade são menos independentes do que antes pensado [Oh, não! Emma, por essa Darwin não esperava].” [1]

No seu livro famoso, Jacques Monod falou sobre o que o mecanismo [???] do acaso era capaz e que nunca seria destronado:

“Nós chamamos esses [mutações] eventos acidentais; nós afirmamos que eles são ocorrências randômicas. E desde que elas se constituem a única fonte possível de modificações no texto genético, ela mesma o único depósito das estruturas hereditárias do organismo, segue-se, necessariamente, que o acaso somente é a fonte de toda inovação, de toda criação na biosfera. Puro acaso, absolutamente livre e cego, bem lá na raiz do edifício estupendo da evolução: este conceito central da biologia não é mais um entre outros possíveis ou até hipóteses concebíveis. É hoje, a única hipótese concebível, a única que bate com o fato observado e testado. E nada garante a suposição ― ou a esperança ― de que neste sentido a nossa posição deva provavelmente ser revista.” [2]

Acaso: conceito central em biologia. Necessidade: também considerado central em biologia. Mas a natureza teima em contrariar esses Ph. D.euses. Evidências são dados. Os cientistas devem seguir as evidências aonde forem dar. Mesmo que bufando. A contragosto. Convencido pela verdade dos fatos e de suas interpretações arbitradas [peer-reviewed é mais chique].

Pensar que Monod ainda é leitura obrigatória em nossas universidades. Pensar que suas teses ainda são consideradas em muitos arraiais como ‘verdade final’ em pleno século XXI?

A razão maior de eu ser iconoclasta livremente aqui neste blog e a duras penas entre a Nomenklatura científica [ué, mas não era somente “professorzinho do ensino médio”???] indo de encontro com as idéias sedimentadas da ciência convencional, é por que:

“A reverência pelos ancestrais intelectuais é inconveniente dentro de uma comunidade ostensivamente orientada para um presente mover esperançosamente dentro de um futuro desconhecido, mas glorioso. Como praticado em tal comunidade, a história freqüentemente luta para evitar a presença de pensamento whiggeriano ou antiquarianismo nostálgico.” [3]

Monod morreu. Viva Monod!

Pro bonum scientiae ― que venga la revolución del design inteligente!


NOTAS:

[1] Rando O. J. and Verstrepen K. J. (2007) “Timescales of Genetic and Epigenetic Inheritance” (review) Cell, Vol 128, 655-668, 23. February 2007.

[2] "We call these [mutation] events accidental; we say that they are random occurrences. And since they constitute the only possible source of modifications in the genetic text, itself the sole repository of the organism’s hereditary structures, it necessarily follows that chance alone is at the source of every innovation, of all creation in the biosphere. Pure chance, absolutely free and blind, at the very root of the stupendous edifice of evolution: this central concept of modern biology is no longer one among other possible or even conceivable hypotheses. It is today the sole conceivable hypothesis, the only one that squares with observed and tested fact. And nothing warrants the supposition --or the hope – that on this score our position is likely to be revised." (MONOD, Jacques, Chance and Necessity, pp. 112-113.).

Monod recebeu o prêmio Nobel juntamente com François Jacob, André Lwoff em 1965.

[3] REINGHOLD, Nathan. “On Not Doing the Papers of Great Scientists”, British Journal of History of Science, 1987, 20:29.

O “FEBEAPAD” Março de 2007 vai para a paleoneurologia evolutiva e a Newsweek

segunda-feira, março 19, 2007

Como “o anta do Enézio”, “o Jeguézio” [obrigado, Roberto Takata, USP], “o simples professorzinho do ensino médio” [será???] não tem tanta competência nesta área científica juvenil, mas extremamente complexa que já está revolucionando o nosso entendimento sobre o fato, Fato, FATO da teoria geral da evolução, vou chamar um especialista mais competente para lançar luz sobre a nossa total ignorância nesta área científica tão importante vez que em Pindorama ainda não existem especialistas renomados em paleoneurologia evolutiva. Pra quê?

Com a palavra Michael Engnor

Paleoneurologia evolutiva. O cérebro entra em parafuso.

Esta é a sua tarefa. Você deve ler a mente de alguém chamada “Lucy.” Na verdade, você deve descobrir de onde veio a mente de Lucy. Você não pode conhecer Lucy. Ela está morta há 3.2 milhões de anos. O seu único dado será um fragmento do crânio fossilizado de Lucy e análise genética de alguns macacos, homens, e piolho.

Isto não é um pesadelo. Isto é uma nova área excitante de biologia evolutiva, e está na capa da revista Newsweek. E eles estão sérios.

A história de capa na Newsweek esta semana, “The Evolution Revolution,” [A revolução da evolução] é sobre a paleoneurologia evolutiva. É o estudo de cérebros e mentes de hominídeos antigos datando uns 7 milhões de anos atrás. Sharon Beagley, repórter da Newsweek faz uma viagem crédula das especulações darwinistas padrão: nós podemos dizer quando os humanos usaram roupas pela primeira vez pela análise genética do piolho do corpo moderno, ou talvez a sociedade humana foi o resultado do surgimento do gene da oxitocina, um hormônio que faz com que as mães produzam leite e que pode influenciar o comportamento social nos humanos.

Os paleoneurologistas evolucionistas afirmam saber algo do que os hominídeos antigos realmente pensavam só estudando os fragmentos de seus crânios fossilizados. A srta. Begley nos informa que “a paleoneurologia está documentando quando surgiram as estruturas que fazem a mente humana funcionar, lançando luz sobre como nossos ancestrais viveram e pensaram.” O que realmente nós podemos saber sobre o que os hominídeos antigos pensavam?

Eu pesquiso cérebros vivos. A minha especialidade é estudar as pulsações na corrente sangüínea que passa pelo cérebro e tento entender como que o cérebro responde às pulsações. Eu estudo ratos e cachorros no laboratório, e o fluxo de sangue no cérebro de pessoas usando as tomografias MRI. É difícil de fazer, e três séculos após a descoberta das veias capilares, nós apenas estamos começando a ser capazes de ver realmente o sangue fluindo pelas veias capilares no cérebro.

Eu não posso dizer o que as pessoas vivas (ou ratos vivos) estão pensando só em olhar os seus cérebros, e eu até nem posso dizer usando a microscopia confocal de dois fótons (a última novidade em fazer imagens de veias capilares). É claro, eu não posso dizer o que pessoas mortas costumavam pensar ao estudar os seus cérebros, e eu certamente não posso dizer o que as pessoas mortas costumavam pensar se eu não tenho um pedacinho de tecido de seus cérebros. E eu certamente não posso dizer o que os hominídeos de 3.2 milhões de anos atrás costumavam pensar só estudando os seus crânios.

Até mesmo a sugestão de que nós poderíamos entender as mentes de hominídeos extintos que viveram há 3.2 milhões de anos atrás ao estudar os fragmentos de seus crânios fossilizados e os genes de macacos, homens e piolhos modernos, funde a cuca. Este tipo de ciência faz a frenologia parecer ciência exata.


É uma ironia impressionante. A inferência de que a origem do código genético e da intricada nanotecnologia nas células vivas possam ser produtos de uma agência inteligente é considerada “não ciência”, e a mera menção disso está banido nas escolas públicas. A inferência de que nós podemos entender os cérebros e os pensamentos de hominídeos de 3.2 mihões de anos de idade só estudando os fragmentos de seus crânios e a genética de piolhos é uma “Revolução da Evolução” e vira capa na revista Newsweek.

O cérebro entra em parafuso.

Postado por Michael Egnor [1] em 19 de março de 2007 12:38 AM Permalink

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[1] Michael Engnor é simplesmente um dos renomados neurocirugiões americanos segundo o não menos famoso e confiável jornal The New York Times. Será que os editores e jornalistas deste pasquim insignificante já estão na folha de pagamento da turma nefasta e perigosa do Design Inteligente?

O “FEBEAPAD” é abreviação de “Festival de Besteira que Assola o País Darwinista”. Imitando ao saudoso Stanislaw Ponte Preta, é o prêmio que este blogger concede aos “avanços científicos” sob a luz do clichê de Dobzhansky de que “nada em biologia faz sentido a não ser à luz da evolução”.

O “FEBEAPAD” de março de 2007 vai para o mais novo campo da paleoneurologia evolutiva e a Newsweek.

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Leia mais em:

JC E-Mail 3223 de 15 de março de 2007

Piolhos ajudam a explicar a evolução do homem O Estado de São Paulo

Diferenças de DNA entre piolhos humanos e de gorilas selvagens indicaram que eles se separaram há 3,3 milhões de anos