James Shapiro, da Universidade de Chicago deu uma aula de etiqueta e colegialidade para Francisco Salzano et al

quinta-feira, maio 03, 2012

Mais razões para se admirar James Shapiro, microbiologista da Universidade de Chicago


David Klinghoffer 2 de maio de 2012 1:17 PM | Permalink


Por aqui nós temos bastante respeito pelo microbiologista James Shapiro, que tem tido a coragem e a integridade de comparecer no ENV recentemente e discutir sobre a evolução com William Dembski, Doug Axe e Ann Gauger. Além de ter um novo livro recém-lançado que detalha suas insatisfações com a teoria darwinista convencional e que defende um ponto de vista alternativo provovocador, Shapiro também blogueia no Huffington Post.

Ele continua a ganhar a nossa admiração, embora evoque também alguma acrimônia.

Em uma postagem que chamou bastante atenção ele tinha algumas coisas sensíveis para dizer aos colegas evolucionistas. em vez de se esconder por detrás de "afirmações absolutistas tipo 'todos os fato estão do meu lado,'" como faz seu colega Jerry Coyne, da Universidade de Chicago, Shapiro defende "participação ativa" com os críticos de Darwin. Entrar na controvérsia sobre a evolução, ele disse, em vez de fingir que ela não existe.

Quem sabe até ensiná-la? Shapiro não vai até aí, mas a permissibilidade em admitir a verdade até para os jovens parece dedução de sua premissa:

"Nós precisamos demonstrar que a ciência de evolução está viva e bem, bem como mostrar como que ela está fazendo progresso notável através da aplicação de tecnologias moleculares - muito embora não tenha todas as respostas."

Para o  ponderado, cujo trabalho é descobrir os processos naturais, isto é certamente uma melhor maneira de defender o método científico do que afirmar dogmaticamente que nós descobrimos todos os princípios científicos que nós precisamos nos séculos passados. Aos defensores da evolução, ele aconselha, que eles devem admitir que não têm todas as respostas, inclusive sobre uma questão importante como a origem da vida. Numa impressionante, mas cândida afirmação, ele escreveu:

"A fim de sermos confiáveis, nós precisamos reconhecer que certas questões, como a origem das primeiras células vivas, atualmente não existe resposta científica confiável. Todavia, considerando-se o o registro histórico da ciência e da tecnologia em alcançar o "impossível" (e.g., vôos espaciais, telecomunicações, computação eletrônica e a robótica), não há razão para se acreditar que problemas não resolvidos irão permanecer indefinidamente sem  respostas naturalistas."

Certamente que há espaço para se questionar Shapiro sobre o por que de nossa capacidade de voar até à Lua dá lugar para a certeza de que uma explicação puramente "naturalista" da origem da vida irá surgir. O vôo espacial é uma realização que acontece em um mundo material, mas, mais direto no ponto, é um triunfo de engenharia - também conhecido como design inteligente. Isso não poderia ser realizado de modo algum sem a direção de  designers com um propósito intencional.

Mas repare na concordância implícita com Stephen Meyer (Signature in the Cell: DNA and the Evidence for Intelligent Design): todas as explicações materialistas para "as origens das primeiras células vivas" têm, na verdade, até a presente data, falhado miseravelmente. No seu livro, Meyer mostra como a evidência aponta persuasivamente para a ação de alguma fonte de agência inteligente. Sob as circunstâncias, se Shapiro estiver certo, isso faria do design inteligente, por default, a única teoria viável da origem da vida.

Fora o gesticular para o avanço da tecnologia como uma razão para se manter a fé no naturalismo, seria interessante saber como Shapiro responde ao caso de Meyer.

E o que é agudo? Bem, quando defensores de qualquer ideia - seja o socialismo, a psicologia freudiana, ou a evolução - começam a falar sobre a necessidade de mostrar como sua teoria está "viva e bem", isso é, tipicamente, um sinal sinistro. As pessoas somente falam dessa maneira de ideias que estão de fato moribundas, e não aquelas que na verdade estão bem de saúde.

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NOTA DESTE BLOGGER:

James Shapiro deu um exemplo de finesse e uma verdadeira aula de etiqueta e honestidade acadêmica, muito diferente da estratégia adotada por:

Carlos F. M. Menck, Catarina Satie Takahashi, Darcy Fontoura de Almeida, Fausto Foresti, Francisco Mauro Salzano, Guilherme Kurtz, Henrique Krieger, Horacio Schneider, Mara Hutz, Paula Schneider, Roberto Giugliani, Samuel Goldenberg, Sergio Olavo Pinto da Costa, Sergio Pena e Vera Valente Gaiesky

que enviaram uma carta ao presidente da Academia Brasileira de Ciências, SEM MENCIONAR O NOME DO CIENTISTA ENVOLVIDO, expressando preocupação "com a tentativa de popularização de ideias retrógradas que afrontam o método científico, fundamentadas no criacionismo, também chamado como 'design inteligente'" afrontados que foram "pela divulgação de conceitos sem fundamentação científica por pesquisadores de reconhecido saber em outras áreas da Ciência".

Logo em seguida, foi destacado no jornal O Estado de São Paulo, que um grupo de cientistas preocupado com  questionamentos feitos contra a teoria da evolução com base não em argumentos científicos, mas em dogmas religiosos “disfarçados” de ciência, propôs à Universidade de São Paulo a criação de um Núcleo de Apoio à Pesquisa (NAP) sobre Educação, Divulgação e Epistemologia da Evolução Biológica.

A proposta foi assinada por 
Nelio Bizzo, da Faculdade de Educação da USP, Mario de Pinna, do Museu de Zoologia da USP, Paulo Sano, do Departamento de Botânica da USP, Maria Isabel Landim, também do Museu de Zoologia, e Acácio Pagan, do Departamento de Biociências da Universidade Federal de Sergipe. 

Nesta reportagem apareceu o nome do cientista que está causando todo este furor na Terra Incógnita da Evolução: Prof. Dr. Marcos Nogueira Eberlin, Unicamp, membro da Academia Brasileira de Ciências, e do NBDI - Núcleo Brasileiro de Design Inteligente, Campinas - SP, o segundo cientista brasileiro mais citado em publicações científicas.

Traduzindo em graúdos: tudo isso acima revela a orquestração de um plano maquiavélico em ação por etapas. Razão? A Nomenklatura científica é antropofágica e destruidora de carreiras acadêmicas estabelecidas e promissoras daqueles que ousam desafiar os paradigmas vigentes e propor  novas ideias, hipóteses, teorias.

Sem mais comentários... por ora!!!