Código de Ética da Sociedade dos Jornalistas Profissionais

quinta-feira, outubro 10, 2013

Sociedade dos Jornalistas Profissionais Código de Ética

Preâmbulo

Os membros da Sociedade dos Jornalistas Profissionais acreditam que o esclarecimento público é o precursor da justiça e o fundamento da democracia. O dever do jornalista é chegar a esses fins buscando a verdade e fornecendo um relato justo e abrangente de eventos e questões. Jornalistas conscientes de todos os meios e especialidades lutam ara servir ao público completa e honestamente. A integridade profissional é a base da credibilidade do jornalista. Os membros da Sociedade dedicam-se ao comportamento ético e adotam este código para declarar os princípios e padrões de prática da Sociedade.

Buscar e Relatar a Verdade

Journalistas devem ser honestos, justos e corajosos ao coletar, relatar e interpretar a informação.

Jornalistas devem:

— Testar a exatidão da informação de todas as fontes e exercitar o cuidado para evitar erros inadvertidos. A distorção deliberada nunca deve ser permitida.

— Buscar diligentemente os personagens das notícias, para dar-lhes a oportunidade de responder a acusações.

— Identificar as fontes sempre que possível. O público deve receber tanta informação quanto possível sobre a confiabilidade da fonte.

— Sempre questionar os motivos das fontes antes de prometer anonimato. Esclarecer as condições inerentes a qualquer promessa feita em troca de informação. Cumprir as promessas.

— Certificar-se de que as manchetes, chamadas e material promocional, fotos, vídeo, áudio, gráficos, declarações e citações não estão mal representados. Eles não devem supersimplificar ou salientar incidentes fora de contexto.

— Nunca distorcer o conteúdo de fotos ou vídeos noticiosos. Melhoramento técnico para dar clareza à imagem é sempre permitido. Identificar montagens e fotoilustrações.

— Evitar representações enganosas ou noticiar fatos montados. Se a representação é necessária para contar uma história, identifique-a como tal.

— Evitar métodos ocultos ou sub-reptícios de coletar informação, exceto quando os métodos abertos tradicionais não podem revelar informações vitais para o público. O uso desses métodos deve ser explicado como parte da história.

— Nunca plagiar.

— Contar com confiança a história da diversidade e magnitude da experiência humana, mesmo quando isso for impopular. 

— Examinar seus próprios valores culturais e evitar impor esses valores aos outros.

— Evitar estereótipos de raça, gênero, idade, religião, etnia, geografia, orientação sexual, deficiência, aparência física ou status social. 

— Apoiar o intercâmbio aberto de visões de mundo, mesmo de visões consideradas repugnantes.

— Dar voz a quem não a tem; fontes oficiais e não-oficiais de informação podem ser igualmente válidas.

— Fazer distinção entre defesa e reportagem. A análise e o comentário devem ser identificados e não deturpar fato ou contexto.

— Fazer a distinção entre notícia e propaganda e evitar os híbridos que borram as divisões entre ambos.

— Reconhecer uma obrigação especial de certificar-se de que o negócio público é conduzido abertamente e de que os registros do governo estão abertos à inspeção.

Minimizar os Prejuízos

Jornalistas éticos tratam as fontes, personagens e colegas como seres humanos que merecem respeito.

Os jornalistas devem:

—Mostrar compaixão por aqueles que podem ser afetados negativamente pela cobertura jornalística. Usar sensibilidade especial ao tratar com crianças e fontes e personagens inexperientes.

— Ser sensíveis ao procurar ou usar entrevistas ou fotos daqueles afetados por tragédias ou aflição.

— Reconhecer que coletar e relatar a informação pode causar prejuízo ou desconforto. A busca da notícia não dá direito à arrogância.

— Reconhecer que os indivíduos particulares têm mais direito a controlar a informação sobre si próprios do que os ocupantes de cargos públicos e outros que buscam poder, influência ou atenção. Somente uma extrema necessidade pública pode justificar a intromissão na privacidade de qualquer um.

— Demonstrar bom gosto. Evitar o estímulo de curiosidades sensacionalistas.

— Ser cuidadosos ao identificar suspeitos juvenis ou vítimas de crimes sexuais.

— Ser judiciosos ao nomear suspeitos de crimes antes do encaminhamento formal da acusação.

— Balancear os direitos de um suspeito de crimes a um julgamento justo com o direito do público a ser informado.

Agir com Independência

Os jornalistas devem ser livres de obrigações com qualquer interesse além do direito do público a saber.

Os jornalistas devem:

— Evitar conflitos de interesse, reais ou percebidos.

— Permanecer livres de associações e atividades que possam comprometer a integridade ou danificar a credibilidade.

— Recusar presentes, favores, gratificações, viagens gratuitas e tratamento especial, e evitar segundos empregos, envolvimento político, cargos públicos e servir a organizações comunitárias se elas comprometem a integridade jornalística.

— Deixar claro quando há conflitos inevitáveis.

— Ser vigilantes e corajosos para manter a responsabilidade dos que têm o poder.

— Negar tratamento favorável a anunciantes e a quem quer que tenha interesses especiais, resistindo a sua pressão para influenciar a cobertura da notícia.

— Desconfiar de fontes que oferecem informação em troca de favores ou dinheiro; evitar fazer ofertas pela notícia.

Ser responsáveis

Os jornalistas são responsáveis com seus leitores, ouvintes, espectadores ou qualquer outro público.

Os jornalistas devem:

—Esclarecer e explicar a cobertura da notícia e estimular o debate público sobre a conduta jornalística.

— Encorajar o público a expressar discordâncias com a imprensa.

— Admitir erros e corrigi-los prontamente.

— Expor práticas anti-éticas de jornalistas e da imprensa em geral.

— Agir pelos mesmos altos padrões pelos quais julgam os outros.

Tradução: Marcelo Soares (msoares@folhasp.com.br)