Dissidência e síntese na Royal Society sobre o status epistêmico da teoria da evolução

domingo, maio 21, 2017

Trends in Ecology and Evolution - Volume 32, Issue 5, p316–317, May 2017

Schism and Synthesis at the Royal Society

Kevin N. Laland


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Published online: February 28, 2017


November 7–9, 2016 witnessed a joint discussion meeting of the Royal Society and the British Academy (the UK national academies for the sciences and social sciences, respectively) entitled ‘New Trends in Evolutionary Biology: Biological, Philosophical and Social Science Perspectives’. The meeting, anticipated with a mix of feverish enthusiasm and dread, sold out months in advance, the eager audience perhaps expecting radical and traditional evolutionists to go toe to toe, rather than the constructive dialogue among biologists, social scientists, and researchers in the humanities that the academies advertised. One issue under discussion was whether or not the explanatory core of evolutionary biology requires updating in the light on recent advances in evo-devo, epigenetics, ecosystem ecology, and elsewhere.

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NOTA DESTE BLOGGER:

Em 1980, Stephen Jay Gould, um cientista evolucionista honesto, afirmou em artigo com revisão por pares sobre a necessidade de uma nova teoria geral da evolução porque a Síntese Evolutiva Moderna era ortodoxia somente nos livros didáticos.

Gould tinha razão, e os cientistas evolucionistas desonestos sempre negaram uma crise epistemológica dentro da teoria da evolução de Darwin através da seleção natural e n mecanismos evolucionários (de A a Z, vai que um falhe...). Com os 16 de Altenberg pedindo uma revisão na Síntese Evolutiva Moderna, os cientistas evolucionistas desonestos tiveram que correr atrás do prejuízo epistemológico. A nova teoria geral da evolução - a Síntese Evolutiva Ampliada/Estendida foi anunciada em agosto de 2015, relegou a seleção natural a segundo plano e incorporou aspectos teóricos neolamarckistas, mas deixou de fora o mais importante - como explicar a origem da informação genética.

Essa reunião na Royal Society espelha a quantas anda em areias epistemológicas movediças a teoria evolucionária. Este blogger tinha razão, pois desde 1998 vinha anunciando essa necessidade de mudança paradigmática. Um gostinho na boca de ser vindicado pelos próprios evolucionistas que Darwin está epistemicamente nú e há algo de podre na Nomenklatura científica.

Fui, esperando o upgrade Darwin 4.0 pois esse deu chabu!

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ADENDO EM 22/05/2017

Ironia do destino (?), este mesmo biólogo Kevin Laland lamentou uma vez que os cientistas evolucionistas autocensuram suas críticas ao neodarwinismo a fim de evitar a aparência de estar dando crédito científico à teoria do Design Inteligente:

"The number of biologists calling for change in how evolution is conceptualized is growing rapidly. Strong support comes from allied disciplines, particularly developmental biology, but also genomics, epigenetics, ecology and social science. We contend that evolutionary biology needs revision if it is to benefit fully from these other disciplines. The data supporting our position gets stronger every day.

Yet the mere mention of the EES often evokes an emotional, even hostile, reaction among evolutionary biologists. Too often, vital discussions descend into acrimony, with accusations of muddle or misrepresentation. Perhaps haunted by the spectre of intelligent design, evolutionary biologists wish to show a united front to those hostile to science. Some might fear that they will receive less funding and recognition if outsiders — such as physiologists or developmental biologists — flood into their field.

Kevin Laland, Tobias Uller, Marc Feldman, Kim Sterelny, Gerd B. Müller, Armin Moczek, Eva Jablonka, and John Odling-Smee, “Does evolutionary theory need a rethink? Yes, urgently,” Nature, Vol. 514:161-164 (October 9, 2014) (Ênfase adicionada por este blogger).

E foi justamente isso que eles fizeram no encontro da Royal Society, e é justamente o que ele fez no artigo objeto desta postagem, e as pessoas não deveriam se surpreender que isso aconteceu - ele mesmo disse que algumas pessoas fazem isso!


Pano rápido!!!

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P.S.: E para complicar ainda mais, Laland foi um dos organizadores da conferência, não foi um mero participante na audiência. Então o que temos aqui? CONTROLE DE DANOS no mais alto nível.

Haja objetividade e sujeição às evidências encontradas no contexto de justificação teórica!!!

O que é bom em ciência é que ela é uma busca pela verdade!

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